30/09/08

A hipocrisia do capitalismo

$700.000.000.000- O montante que o Estado norte-americano está disposto a pagar para salvar a fortuna dos accionistas bancários. Ou seja, a extravagância e opulência em que estes viveram, tem de ser salvaguardada pelos que trabalham na labuta quotidiana. No entanto, este país, não se dispõe a possuir um serviço nacional de saúde, invocando o despesismo e a melhor eficiência dos sistemas privados, impedindo dezenas de milhões de cidadãos de ter acesso a cuidados de saúde. Com 700 mil milhões de dólares instalavam um SNS durante décadas...
Está comprovada a ‘eficiência' dos privados e que “é preciso que algo mude para que tudo fique na mesma” (isto é, as mesmas elites na mesma opulência...).

7 minutos

O tempo necessário para colapsar a economia. Só é possível no absurdo sistema económico capitalista neoliberal, pseudo-privado, que se baseia num sistema virtual e psicológico, jogando com os medos e anseios humanos, totalmente alheios à racionalidade da contabilidade empresarial, e que é um embuste ilusório para as massas, de modo a garantir que os mesmos grupos de individuos que mantêm o poder há séculos, continuem a mantê-lo ad eternum.
On Monday afternoon, Wall Street basically stopped trading to watch TV - mainly CNBC - to see how the House of Representatives would vote on the $700 billion bailout package. When it first started looking like the bill would fail, the Dow plummeted 389 points, or 3.6%, in just seven minutes.

29/09/08

O grito da revolta pacifica

Os tempos solicitam a memória dos lutadores pela justiça. A mensagem emanada por esta música do falecido Bob Marley, deveria ser a ignição de uma nova viragem na sociedade:



Letra:

Old pirates, yes, they rob i;
Sold I to the merchant ships,
Minutes after they took i
From the bottomless pit.
But my hand was made strong
By the hand of the almighty.
We forward in this generation
Triumphantly.
Wont you help to sing
These songs of freedom? -
cause all I ever have:
Redemption songs;
Redemption songs.

Emancipate yourselves from mental slavery;
None but ourselves can free our minds.
Have no fear for atomic energy,
cause none of them can stop the time.
How long shall they kill our prophets,
While we stand aside and look? ooh!
Some say its just a part of it:
Weve got to fulfil de book.
Wont you help to sing
These songs of freedom?
-cause all I ever have:
Redemption songs;
Redemption songs;
Redemption songs.

---/guitar break/---

Emancipate yourselves from mental slavery;
None but ourselves can free our mind.
Wo! have no fear for atomic energy,
cause none of them-a can-a stop-a the time.
How long shall they kill our prophets,
While we stand aside and look?
Yes, some say its just a part of it:
Weve got to fulfil de book.
Wont you help to sing
These songs of freedom?
-cause all I ever had:
Redemption songs
-All I ever had:
Redemption songs:
These songs of freedom,
Songs of freedom.

27/09/08

A natalidade em Portugal

O governo está «muito preocupado» com a tendência de declínio da população portuguesa e responde a esse desafio com políticas activas de apoio às famílias, diz a secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação
Como podem as novas gerações poderem planear a constituição de uma familia, se:
- não possuem estabilidade profissional e laboral, sendo a precariedade o seu estado mais frequente;
- não possuindo a estabilidade citada, não têm acesso a crédito para a habitação;
- não possuem rendimentos salariais que lhes permitam custear as depesas mensais de uma familia;
- os agentes económicos (empresas e Estado), desincentivam a natalidade ao dificultar o acesso aos direitos parentais e rescindindo contratos quando a parentalidade surge;
- os agentes económicos penalizam na carreira quem assume a sua função parental?

Se pertencesse a essa geração, dificilmente planearia uma familia com descendentes...

A ressureição de 1929

A história repete-se ciclicamente: capitalistas irresponsáveis afundam a economia e uns anos após uma depressão económica, os cidadãos saturados de sofrimento promovem a ascensão de indivíduos totalitários que conduzirão a um novo conflito bélico mundial. Só que este será o último da Humanidade...

Resposta a um titulo de um artigo de jornal

O que é que Portugal tem que atrai tanto Hugo Chávez?

R: Também é governado por um autoritário com laivos de ditador, que fez carreira profissional na politica

A percepção do presente

Concita de Gregorio. A escolha da ex-jornalista do 'La Repubblica' para comandar os destinos do 'L'Unità', não gerou consenso."[Vivemos] na total ausência de responsabilidade. Só pensamos em nós mesmos", afirmou a jornalista, filha de mãe espanhola e de pai italiano. "É um problema estrutural. Temos medo: do outro, de perder, de não sermos fortes. E o medo transformou-se numa indústria. Esse é o nosso consenso: o medo", concluiu Concita, natural de Pisa e mãe de quatro filhos romanos (dos 23 aos cinco anos).

Agora é que os jornais acordaram

A compra de portáteis através do programa "e--escolas" pode não ser bom para quem quer evitar encargos a prazo. É que, ao contrário do recém-lançado "e-escolinhas", no 1.º ciclo - em que não é obrigatório aderir a uma das ofertas de Internet das operadoras aderentes -o "e-escolas" implica a permanência, por 36 meses, num plano que dependendo do escalão de rendimentos e da opção de acesso custará de 180 e mais de 1200 euros só em mensalidades. DN

24/09/08

Abrir os olhos

Os vampiros revelam-se

O comunismo revelou-se um flop no contexto económico, com o anúncio triunfante do capitalismo como panaceia (afinal mentirosa) dos males socio-económicos. A actual crise financeira mostrou os pés de barro do gigante, pois no país paradigma do capitalismo neoliberal- os EUA-, adoptam-se medidas típicas de uma economia comunista, como a nacionalização da banca e do sector financeiro. Definitivamente fica comprovado que quem controla a economia não é o Governo com a sua politica, mas o sector financeiro (bancos, correctoras, seguradoras, etc.).
Os vampiros “Zeca afonsianos” da finança, ávidos dos bilionários lucros e das mordomias não olharam a meios para se manterem a sugar; depois de destruírem tudo, são os contribuintes sugados que têm de pagar a factura...
Ou seja, os lucros são privados mas os prejuízos são públicos...

A transversalidade da corrupção

Seja PS ou PSD, é tudo a mesma...

Isabel Soares, chefe de gabinete do vice-presidente da Câmara de Lisboa, tem uma casa atribuída pela autarquia há 18 anos. A ex-presidente da Gebalis, empresa municipal que gere a habitação social de Lisboa, já não vive na casa onde está agora o seu filho.
A chefe de gabinete do vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa tem, há cerca de 18 anos, uma casa arrendada pela autarquia a custos controlados. Isabel Soares, antiga presidente da Gebalis (a empresa municipal que gere a habitação social na capital) e actual membro do staff de Marcos Perestrello, já nem sequer habita a casa, situada em Telheiras, mas ainda lá tem o seu filho a viver, que paga 350 euros mensais de renda.

A sabedoria por decreto

Como, supostamente, existiam quotas de reprovação secretas nas escolas, com o intuito de compensarem a diminuição da taxa de natalidade, o ME deliberou quais as metas a atingir:

Ministra quer 100% de aprovações

Educação. Maria de Lurdes Rodrigues fala em aprovações plenas no final do 9.º ano


A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, afirmou ontem, em Lousada, que um dos objectivos da sua equipa é alcançar nos próximos anos cem por cento de aprovações no final do nono ano de escolaridade

(...) "Os nossos alunos não são menos inteligentes, os nossos professores não são menos preparados, as nossas escolas eram piores, mas estão a ficar melhores. Portanto, com todas as condições, não é uma utopia, é mesmo uma meta para cumprir."

21/09/08

Cada um tire as suas conclusões

A ERC concluiu ser normal que existam pressões nas relações entre jornalistas e políticos. Esta conclusão é aventada no acórdão que se reporta às diligências efectuadas pelo Governo e pelo próprio primeiro-ministro, José Sócrates, para que fossem travadas as notícias sobre a sua licenciatura na Universidade Independente. (...) Por outro lado, a ERC entende que Sócrates, ao tentar travar na imprensa as notícias sobre a sua licenciatura, não efectuou qualquer pressão, antes fez démarches.
(...) A ERC concluiu que os telefonemas efectuados para o jornalista do PÚBLICO que investigava o caso, Ricardo Dias Felner, e para o director do jornal, José Manuel Fernandes, apesar de terem sido feitos pelo próprio Sócrates, não reuniam "elementos factuais que comprovem ter existido o objectivo de impedir, em concreto, a investigação". (...) Tanto Ricardo Dias Felner como José Manuel Fernandes, nos depoimentos que fizeram na ERC, disseram que o modo como foram abordados pelo primeiro-ministro resultou numa "tentativa de pressão ilegítima". O director do PÚBLICO foi ainda mais longe, reportando-se à conversa com Sócrates, no decurso da qual o primeiro-ministro teria dito: "Fiquei com uma boa relação com o seu accionista [Paulo Azevedo] e vamos ver se isto não se altera."

Ninguém acima da lei

21.09.2008,
José Augusto Moreira- PÚBLICO

Multa de 7500 euros aplicada pelo órgão de gestão da magistratura espanhola. Em Portugal não há conhecimento de queixas do género

A magistratura espanhola aplicou uma multa de 7500 euros a um juiz pela "forma humilhante e vexatória como trata os seus funcionários", os quais obriga também a "suportar os maus cheiros resultantes do seu hálito e odor corporal". A decisão da Comissão Disciplinar do Conselho Geral do Poder Judicial - correspondente ao nosso Conselho Superior da Magistratura - refere ainda que, na queixa colectiva que apresentaram, os oficiais de justiça denunciavam também "a forma indecorosa como costuma mexer nos pés, nos ouvidos ou no nariz, ou os salpica com a saliva que sai da sua boca".

20/09/08

O legado do capitalismo

Crescer depressa
O grupo de Fábio não passa de um bando de "caixas baixas" - têm entre 12 e 16 anos, roubam telemóveis aos miúdos ainda mais novos do que eles e apanham porrada de todos os outros. Também os veteranos tiveram de passar por isso. Roubavam fruta dos minimercados, implicavam com os mais fracos e queriam crescer depressa para ganhar respeito. Fábio, Alex, Sandro ou Feitor vivem algures em Loures e não estão dispostos a passar pelo mesmo: "Os mais velhos pensam que podem abusar, mas nós não papamos disso", avisam. É preciso "atitude". Falar alto e enfrentá-los de peito aberto sempre que se justificar. Na maioria das vezes, arriscam a apanhar umas boas bofetadas, mas também dão uns quantos socos em troca. E, acima de tudo, vão ganhando reputação. Pode ser que um dia até os convidem a participar num "esquema da pesada". E pode ser também que lhes abram caminho para terem armas de gente grande - uma shotgun, uma Magnum ou uma Mauser.
Por agora não têm nada: "Se quiséssemos conseguíamos uma 6.35 mm", explica Fábio. Essas estão em todo o lado. Passam de mão em mão. Emprestadas ou vendidas. Com as de grande calibre é diferente: "Só as arranjamos com a ajuda dos mais velhos", confessa o miúdo de 14 anos. Enquanto esperam pela vez deles, vão trabalhando para a fama: "Quando aparecemos na praceta, os mais novos refundem-se todos." Dizem ser o terror das crianças, dos comerciantes e dos motoristas dos autocarros. A parte de trás de uma camioneta é sempre deles. Ninguém ousa sentar-se ao lado dos rufias que bebem "litrolas", improvisam beats do rap e esticam as pernas em cima dos bancos. Os outros míúdos atravessam para o outro lado e encontram caminhos alternativos para não se cruzarem com eles. Estão fartos de serem roubados. De chegarem a casa sem dinheiro, telemóvel ou "caps" da Nike ou da Lacoste. Nem os lojistas lhes fazem frente. Entram aos bandos nas lojas e mercearias; abrem as arcas e tiram os gelados; vão às prateleiras das bebidas e levam cervejas; passam pelos corredores e derrubam tudo. Ninguém faz nada. A não ser esperar que saiam dali depressa para poder limpar os estragos.
Ganzas, "damas" e cervejas não é tudo o que eles querem da vida. Entrar num banco e apontar uma arma aos que estão ao balcão é coisa que "de vez em quando" também vai passando pela cabeça deles. "É perigoso", admitem. "É preciso pensar e ver se vale mesmo a pena." Sabem que é um caminho sem volta. Mas vão adiar a decisão até chegar a altura: "Pode ser que sim e pode ser que não", diz Fábio, encolhendo os ombros. Há que esperar e ver o que acontece.

18/09/08

Está tudo dito!

Isaltino Morais, magistrado do Ministério Público aposentado, é presidente da Câmara de Oeiras.

Com a postura conhecida deste individuo, coloca-se a interrogação de como conseguiu passar o crivo e entrar na masgistratura. Pelo contrário, é fácil compreender como é dificil condená-lo por corrupção...

A economia estúpida

Depois de casa roubada trancas à porta. A actual turbulência dos mercados, com gigantes bolsistas a verem derreter o seu valor em poucos dias, levou a autoridade supervisora dos mercados norte-americanos, a Securities and Exchange Commission (SEC), a alterar as venda de acções a descoberto (short-selling). Este mecanismo, que permite aos especuladores ganhar dinheiro nos momentos de queda dos mercados, consiste em vender acções que ainda não se detêm, para as recomprar pouco tempo depois, mas mais baratas. PÚBLICO
Como é possível existir esta aberração? Transaccionam-se produtos virtuais?!
Este processo é insanável: o homem explora o homem e acaba tudo numa espiral de violência mortífera…

A revolta acumula-se

Baptista Bastos : O Ranço Salazarista
Cada vez mais nos afastamos uns dos outros. Trespassamo-nos sem nos ver.
Caminhamos nas ruas com a apática indiferença de sequer sabermos quem somos.
Nem interessados estamos em o saber. Os dias deixaram de ser a aventura do imprevisto e a magia do improviso para se transformarem na amarga rotina doviver português e do existir em Portugal.
Deixámos cair a cultura da revolta. Não falamos de nós. Enredamo-nos na futilidade das coisas inúteis, como se fossem o atordoamento ou o sedativo das nossas dores. E as nossas dores não são, apenas, d'alma: são, também,dores físicas.
Lemos os jornais e não acreditamos. Lemos, é como quem diz - os que lêem. As televisões são a vergonha do pensamento. Os comentadores tocam pela mesma pauta e sopram a mesma música. Há longos anos que a análise dos nossos problemas está entregue a pessoas que não suscitam inquietação em quem os ouve. Uma anestesia geral parece ter sido adicionada ao corpo da nação.
Um amigo meu, professor em Lille, envia-me um email. Há muitos anos, deixou Portugal. Esteve, agora, por aqui. Lança-me um apelo veemente e dorido: 'Quese passa com a nossa terra? Parece um país morto. A garra portuguesa foiaparada ou cortada por uma clique, espalhada por todos os sectores da vida nacional e que de tudo tomou conta. Indignem-se em massa, como dizia o Soares.'
Nunca é de mais repetir o drama que se abateu sobre a maioria. Enquanto dois milhões de miúdos vivem na miséria, os bancos obtiveram lucros de 7,9 milhões por dia. Há qualquer coisa de podre e de inquietantemente injusto nestes números. Dir-se-á que não há relação de causa e efeito. Há, claro que há. Qualquer economista sério encontrará associações entre os abismos dapobreza e da fome e os cumes ostensivos das riquezas adquiridas muitas vezes não se sabe como.
Prepara-se (preparam os 'socialistas modernos' de Sócrates) a privatização de quase tudo, especialmente da saúde, o mais rendível. E o primeiro-ministro, naquela despudorada 'entrevista' à SIC, declama que estáa defender o SNS! O desemprego atinge picos elevadíssimos. Sócrates dizexactamente o contrário. A mentira constitui, hoje, um desportoparticularmente requintado. É impossível ver qualquer membro deste Governo sem ser assaltado por uma repugnância visceral. O carácter desta gente é inexistente. Nenhum deles vai aos jornais, às Televisões e às Rádios falar verdade, contar a evidência. E a evidência é a fome, a miséria, a tristeza do nosso amargo viver; os nossos velhos a morrer nos jardins, com reformas que não chegam para comer quanto mais para adquirir remédios; os nossos jovens a tentar a sorte no estrangeiro, ou a desafiar a morte nas drogas; a iliteracia, a ignorância, o túnel negro sem fim.
Diz-se que, nas próximas eleições, este agrupamento voltará a ganhar. Diz-se que a alternativa é pior. Diz-se que estamos desgraçados. Diz um general querecebe pressões constantes para encabeçar um movimento de indignação. Diz-se que, um dia destes, rebenta uma explosão social com imprevisíveis consequências. Diz a SEDES, com alguns anos de atraso, como, aliás, é seutimbre, que a crise é muito má. Diz-se, diz-se.
Bem gostaríamos de saber o que dizem Mário Soares, António Arnaut, Manuel Alegre, Ana Gomes, Ferro Rodrigues (não sei quem mais, porque socialistas ,socialistas, poucos há) acerca deste descalabro. Não é só dizer: é fazer, é agir. O facto, meramente circunstancial, de este PS ter conquistado a maioria absoluta não legitima as atrocidades governamentais, que sobem em escalada. O paliativo da substituição do sinistro Correia de Campos pela dr.ª Ana Jorge não passa de isso mesmo: paliativo. Apenas para toldar os olhos de quem ainda deseja ver, porque há outros que não vêem porque não querem.
A aceitação acrítica das decisões governamentais está coligada com acumplicidade. Quando Vieira da Silva expõe um ar compungido, perante os relatórios internacionais sobre a miséria portuguesa, alguém lhe devia dizer para ter vergonha. Não se resolve este magno problema com a distribuição de umas migalhas, que possuem sempre o aspecto da caridadezinha fascista. Um socialista a sério jamais procedia daquele modo. E há soluções adequadas. O acréscimo do desemprego está na base deste atroz retrocesso.
Vivemos num país que já nada tem a ver com o País de Abril. Aliás, penso, seriamente, que pouco tem a ver com a democracia. O quero, posso e mando de José Sócrates, o estilo hirto e autoritário, moldado em Cavaco, significa que nem tudo foi extirpado do que de pior existe nos políticos portugueses.
Há um ranço salazarista nesta gente. E, com a passagem dos dias, cada vez mais se me acentua a ideia de que a saída só reside na cultura da revolta.

17/09/08

Reedição histórica?

Com as falências da finança que estão a ocorrer, faz lembrar 1929 e respectiva Grande Depressão, e posterior 2ª Guerra Mundial. A história repete-se, com os interesses elitistas de alguns grupos capitalistas, em manter o esquizofrénico mercado financeiro bolsista, com jogos de lotaria tipo derivados, edge funds, subprime, etc.
A ganância será a verdadeira causa desta absurda forma de economia, mas cujos prejudicados são os milhões de cidadãos comuns que labutam quotidianamente...

15/09/08

O que circula na net

Magalhães - o mais escandaloso golpe de propaganda do ano

Os noticiários abriram há dias, com pompa e circunstância, anunciando o lançamento do 'Primeiro computador portátil português', o 'Magalhães'.
A SIC refere que 'um produto desenvolvido por empresas nacionais e pela Intel' e que a 'concepção é portuguesa e foi desenvolvida no âmbito do Plano Tecnologico.' Na realidade, só com muito boa vontade é que o que foi dito e escrito é verdadeiro. O projecto não teve origem em Portugal, já existe desde 2006 e é da responsabilidade da Intel. Chama-se Classmate PC e é um laptop de baixo custo destinado ao terceiro mundo e já é vendido há muito tempo através da Amazon.
As notícias foram cuidadosamente feitas de forma a dar ideia que o 'Magalhães' é algo de completamente novo e com origem em Portugal. Não é verdade. Felizmente, existem alguns blogues atentos. Na imprensa escrita salvou-se, que se tenha dado conta, a notícia do Portugal Diário: 'Tirando o nome, o logótipo e a capa exterior, tudo o resto é idêntico ao produto que a Intel tem estado a vender em várias partes do mundo desde 2006. Aliás, esta é já a segunda versão do produto.'Pelos vistos, o jornalista Filipe Caetano foi o único a fazer um trabalhinho de investigação em vez de reproduzir o comunicado de imprensa do Governo.
A ideia é destruir os esforços de Negroponte para o OLPC. O criador do MIT Media Lab criou esta inovação, o portátil de 100 dólares...A Intel foi um dos parceiros até ver o seu concorrente AND ser escolhida como fornecedor. Saiu do consórcio e criou o Classmate, que está a tentar impor aos países em desenvolvimento. Sócrates acaba de aliar-se, SEM CONCURSO, à Intel, para destruir o projecto de Negroponte. A JP Sá Couto, que ja fazia os Tsumanis, tem assim, SEM CONCURSO, todo o mercado nacional do primeiro ciclo.Tudo se justifica em nome de um número de propaganda política terceiro-mundista.
Para os pivots (ex-jornalistas?) Rodrigues dos Santos ou José Alberto Carvalho, o importante é debitar chavões propagandísticos em vez de fazer perguntas. Se não fosse a blogosfera - que o ministro Santos Silva ainda não controla - esta propaganda não seria desmascarada. Os jornalistas da imprensa tradicional têm vindo a revelar-se de uma ignorância, seguidismo e preguiça atroz.

11/09/08

O carimbo de diplomas vai de vento em popa

Quatro mil adultos já conseguiram o 12.º ano
10.09.2008 - DN

Em menos de um ano, mais de quatro mil adultos que não tinham o ensino secundário completo conseguiram obter um diploma de equivalência ao 12.º ano, ao abrigo do programa Novas Oportunidades. E há cerca de 230 mil à espera de iniciar ou concluir o seu processo de reconhecimento, validação e certificação de competências ou acções de formação que lhe permitam adquirir esta habilitação.

Este programa de certificações massificado, é uma falta de respeito para todos os alunos que têm de se sujeitar a 12 anos de frequência da escola e centenas de horas de aulas. O programa seria válido para um determinado público-alvo mas nunca com esta massificação, pois de certeza que nem todos com a sua experiência de vida adquiriram competências cognitivas equivalentes ao ensino secundário.
Mas a obtenção de estatísticas, como arma de arremesso politica, é mais importante do que a efectiva formação das pessoas.

Não há corrupção em Portugal

Julgamento.
Tribunal de Sintra aplicou apenas uma prisão efectiva
Em causa esteve a importação ilegal de álcool de França
A leitura do acórdão de mais de 1800 páginas começou na segunda-feira. Mas para um mega-julgamento, que colocou no banco dos arguidos 200 acusados pelos crimes de associação criminosa, evasão fiscal e homicídio qualificado, sete horas não chegaram. E assim, só ontem, a decisão foi integralmente conhecida. E em dois anos de julgamento, só um dos 200 arguidos acabou ontem por ver decretada a prisão efectiva. E os cinco arguidos acusados de homicídio qualificado na forma de dolo eventual foram todos absolvidos.
A juíza-presidente do colectivo, Maria Amélia Lopes da Silva, afirmou na leitura do acórdão que o tribunal entendeu "não se terem provado factos suficientes" que permitam estabelecer a ligação directa entre as mortes ocorridas na Noruega pela ingestão de álcool misturado com metanol e o facto de os arguidos terem importado álcool de França sem pagar impostos.
Este exemplo comprova a impossibilidade do sistema judicial não conseguir provar a existência de corrupção, embora todos saibam que existe. Por isso, vamos continuar ad eternum com as desigualdades sociais...

Preço do petróleo abaixo dos 100 dólares por barril

Mas o preço dos combustiveis para o consumidor continuam na linha da chulice...

07/09/08

Vende-se terreno na zona oeste da Europa

A demagogia do neoliberalismo

A crise financeira que abala os EUA há 13 meses atingiu ontem proporções históricas - a Freddy Mac e Fanny Mae, dois gigantes do crédito hipotecário, tiveram de ser intervencionados pelo Estado federal para evitar a sua falência. É a primeira intervenção do Estado na economia americana desde a crise das caixas de poupança, no início da década de 90. DN

A demagogia da filosofia capitalista neoliberal é exposta a nu com este exemplo: os sanguinários do lucro, que apregoam persistentemente a total liberalização da economia, que amladiçoam a intervenção do Estado, são os primeiros a correr para a sua asa protectora quando a ganância os coloca em situação de falência. Como o adágio diz, “querem uma no papo e outra no saco”: quando é conveniente, o Estado tanto é o diabo como o salvador.
Este exemplo reforça a necessidade da população rejeitar veementemente a implementação das teorias económicas neoliberais.

06/09/08

O anátema da propaganda II

- O Primeiro-Ministro, o ano passado, mais uma vez anunciou com pompa e circunstância, a construção de uma fábrica de aeronáutica em Évora, para produzir um avião de combate a incêndios. A mesma pompa não existiu quando esta semana se conheceu que afinal a fábrica vai para França. Resultados da politica usada para manter o poder…

- Outra parangona foi o anuncio de melhores apoios à gravidez, que se traduzem meramente em articulados legislativos bonitos mas de eficácia nula, porque todos sabem que as empresas colocam entraves às mulheres grávidas, bem como o Estado, como ficou comprovado esta semana.
Num país evoluído e civilizado não seria necessário o projecto, implementado pela Comissão para a Igualdade no Trabalho e Emprego:

Projecto EQUAL “Diálogo Social e Igualdade nas Empresas”

PROMOVER PRÁTICAS COM VISTA A IGUALDADE ENTRE MULHERES E HOMENS NAS EMPRESAS – Projecto “Diálogo Social e Igualdade nas Empresas”

As actuais exigências do direito e de uma organização da sociedade em moldes democráticos determinam que tanto as mulheres como os homens possam exercer, sem discriminação, os seus direitos fundamentais, tanto no que respeita ao trabalho como à família.
Repensar as formas de organização do trabalho no sentido do cumprimento das Leis n.º 99/2003 e n.º 35/2004, nos domínios da igualdade e não discriminação e de protecção em matéria de maternidade e paternidade, faz parte das estratégias que favorecem o equilíbrio entre os sexos, permitindo às mulheres mais tempo de dedicação à carreira profissional e aos homens mais tempo de dedicação à vida familiar.

Encorajar, reconhecer, acompanhar e divulgar as práticas promotoras da igualdade entre mulheres e homens é um dos objectivo do Projecto Diálogo Social e Igualdade nas Empresas, de modo a incentivar as empresas e entidades empregadoras a seguir novos princípios no sentido de se tornarem mais inovadoras no plano social e mais conscientes da importância da adopção e valorização de práticas de responsabilidade social.


Maquiavelicamente, a legislação só permite que esta comissão se debruce sobre o sector privado, impedindo-a de analisar as más práticas das Administração Pública. Quando se é juiz em causa própria…

05/09/08

O anátema da propaganda

O que é relevante é marcar no cérebro do eleitor a mensagem propagandística, independentemente de a mesma se concretizar ou de não possuir o rigor que apregoa. Um exemplo é o recente anúncio da melhoria(?) da acção social escolar, que na prática não atinge os valores anunciados. Para demonstrar, desafio qualquer familida da classe média baixa ou média a apresentar a sua declaração de rendimentos e verificar se tem direito a receber subsidio. Muitos vão concluir que em Portugal, rendimentos de mil euros mensais são considerados elevados...!
Uma situação criticada por Jorge Pires, do PCP, que questiona o "real impacto" do aumento dos apoios: "É preciso ver que, para ficar no escalão A da ASE, a família do aluno tem de ter um redimento per capita de 135 euros, valor já muito abaixo do limiar de pobreza".
"É verdade que é um valor baixo", assumiu o governante [Jorde Pedreira, secretário da estado da educação]. "Mas que ainda abrange muita gente." DN

04/09/08

O politiquês

Discurso politico

ANTES DA POSSE
O nosso partido cumpre o que promete.
Só os tolos podem crer quenão lutaremos contra a corrupção.
Porque, se há algo certo para nós, é que
a honestidade e a transparência são fundamentais
para alcançar nossos ideais
Mostraremos que é grande estupidez crer que
as máfias continuarão no governo, como sempre.
Asseguramos sem dúvida que
a justiça social será o alvo de nossa acção.
Apesar disso, há idiotas que imaginam que
se possa governar com as manchas da velha política.
Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que
se termine com os marajás e as negociatas.
Não permitiremos de nenhum modo que
as nossas crianças morram de fome.
Cumpriremos nossos propósitos mesmo que
os recursos económicos do país se esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a nova política.
---DEPOIS DA POSSE
Basta ler o mesmo texto acima, DE BAIXO PARA CIMA

03/09/08

Pós-introspecção

Conclusões basilares:

-> o modelo sócio-económico insidiosamente imposto ao longo dos anos, está a promover relações interpessoais de interesse: novos modelos de relacionamento baseados em mutualismo. A união entre pessoas será não só por sentimentos mútuos mas também por sobrevivência material, especialmente na geração dos 500 e da precariedade. Os casamentos e as uniões de facto serão vistos como um negócio? Na 3ª idade, com a ausência dos filhos mergulhados na exclusividade da produção, os idosos terão de procurar entre si, a complementaridade entre os menos saudáveis e os mais saudáveis; de outro modo, é o alheamento que os espera, empurrados para as estações esperando o comboio do fim da Vida...

-> a sociedade do séc.XXI é tão cruel como a sociedade da Idade Média ou do império romano, com a diferença de que os segundos eram explícitos na sua crueldade. A morte social abunda nos tempos modernos, varrida para debaixo do tapete, sob a capa da solidariedade e dos direitos humanos. Antigamente matava-se explicitamente; agora, deixa-se morrer na valeta, longe dos olhares. A mesma morte mas com forma diferente...

-> conjugação de factores que conduzirão à 3ª guerra mundial: aumento continuado da população, revolução tecnológica que retira emprego, desigualdade na distribuição da riqueza, degradação do ambiente pela poluição.

-> a juventude actual é politicamente ignorante, o que é assaz perturbador. Não possuem qualquer sensibilidade politico-social para compreender as consequências da perda de direitos sociais básicos, vivendo como o gado que entra no matadouro tal como entra na manjedoura.

-> comercialização de jogos de estratégia para PC, que pontuam melhor os personagens que se identifiquem com regimes nacionalistas, autoritários, policiais, ditatoriais do que com os regimes liberais, democráticos, cívicos.

-> o ser humano é intrinsecamente solitário.