30/10/10

Não há dinheiro, o caraças!

0,5% da população mundial (24 milhões de pessoas) controlam 36% de toda a riqueza no planeta.

€716 milhões- custo da moradia de 27 andares, construída pelo 4º homem mais rico do mundo, Mukesh Ambani. A moradia tem 9 elevadores, parque de estacionamento para 170 carros, cinema, spa, ginásio, piscinas, jardins suspensos, 3 heliportos. Quando a esposa fez 44 anos, em 2007, o marido ofereceu-lhe um avião Airbus no valor de €43 milhões. Revista Visão

Satisfeitos?!

Por ter sido celebrado um acordo que representa o retrocesso em décadas de conquistas sociais?
Este dia deve ficar registado como o inicio da extinção do Estado social e do retrocesso civilizacional, para níveis do feudalismo da Idade Média...

Satisfeitos pela sua assinatura representar o aumento da pobreza e degradação da qualidade de vida para milhões de pessoas?! Maquiavel deve estar refastelado de prazer...

Discurso de ricos

Só os ricos é que falam com esta displicência porque sentem-se imunes ao que vai acontecer...

Os cortes nos salários da função pública são aceitáveis?

Pois claro que são. Não aceito os argumentos de que é a função pública que está a pagar a crise, porque o sector privado já está a pagar há muito”, diz Mira Amaral. jornal Público

Qual a moral desta besta quadrada que aufere uma reforma milionária de €18 mil da CGD por meia dúzia de anos de trabalho e agora é administrador de um banco porque foi ministro?

Eduardo Catroga defende não só que os salários devem ser cortados como muitos deles devem deixar de ser funcionários públicos. jornal Público (19/10)

Um diz mata, o outro diz esfola…

Quem são estes gajos?

Afinal, descobri que o país não é soberano. Existem uns tipos anónimos, que não se conhece a cara ou o nome, mas apenas a sua nomenclatura colectiva: mercados. Quem são, o que são, poucos sabem, mas têm sido referenciados múltiplas vezes para justificar a necessidade de implementar decisões draconianas de austeridade ou forçar entendimentos para o orçamento. Decidimos em função do que os mercados querem. Não elegemos os mercados mas pelos vistos, eles é que mandam no país.

Alguém viu uma soberania por aí?

17/10/10

Uma ironia

Este ano foi aclamado o ano do combate à pobreza. Depois de tudo o que aconteceu a nível económico na Europa e América do Norte, 2010 vai ficar na história como o ano em que se iniciou o aumento da pobreza nos países do 1º mundo, e que se pronlogou durante vários anos...
É tempo de exéquias sociais: façamos o luto pela morte da qualidade de vida de milhares de milhões de pessoas em TODO o mundo...

16/10/10

Uma falácia cientifica

Quando a ministra da saúde numa conferência defende o aumento da idade da reforma argumentando que a esperança média de vida é maior, e portanto as pessoas ao viverem mais tempo se mantêm produtivas mais anos, revela uma desonestidade cientifica indigna de uma pessoa com formação académica. Qualquer pessoa com formação científica superior sabe que o problema actual da sociedade não é a pessoa viver mais tempo mas envelhecer sem qualidade de vida. Vive-se mais tempo mas não com condições mentais e fisiológicas de quando se era jovem. E por isso, uma pessoa com 70 anos não tem a mesma produtividade de quando tinha 35-40 anos. Deste modo, viver mais anos não significa ser mais produtivo mais anos porque o organismo ao envelhecer perde qualidades fisiológicas. Portanto, quando existir um processo que permita a um indivíduo na 3ª idade manter as mesmas qualidades fisiológicas de quando era jovem, então é legitimo ponderar no aumento da idade da reforma. O principio da pensão de reforma baseia-se na constatação que o individuo ao envelhecer, diminui a sua produtividade por motivos fisiológicos e portanto, é considerado inútil num sistema económico fundamentado na produção e consumo, pelo que se permite que possa terminar a sua vida de uma forma digna oferecendo-lhe um rendimento.

Concluindo, defender o aumento da idade da reforma com o argumento do aumento da esperança de vida, é uma falácia científica e uma desonestidade politica.

09/10/10

Somos os escravos dos fidalgos

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/exclusivo-cm/diamantes-dao-rombo-milionario-no-estado035402973

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/exclusivo-cm/150-mil-euros-em-festa022006613

http://dn.sapo.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=1681555

A corrupção governamental aliada à corrupção do mercado financeiro, tornam a população equivalente aos escravos no passado. Portanto, somos escravos que sustentamos as elites e grupos que dominam e gravitam no poder.

O orçamento de Estado é um apetecível cofre que só é acessível a quem conquistar o poder politico e portanto, a disputa entre os vários personagens políticos para ocupar o lugar de poder não é por nutrirem sentimentos altruístas pela população ou país mas pelo apetite egoísta e ganancioso de controlar um imenso pote de dinheiro fácil de obter através da coacção sobre os habitantes do território, que leva ao enriquecimento rápido de uma minoria.

Deste modo, enquanto o modelo económico for o do capitalismo e economia de mercado, vão recorrentemente ocorrer crises financeiras originadas por fraude e manipulação do mercado.

Lição de economia real



Gráficos que surgem no vídeo por ordem cronológica:
- variação salarial desde 1890 até 2010 (a partir de 1970, os salários estagnaram).
- a produtividade (linha amarela) em comparação com os salários (linha laranja)- a repetida tese de que baixa produtividade implica piores salários é refutada.
- O mesmo gráfico mostrando que a diferença entre a produtividade e os salários são os lucros (zona verde). Conclusão: a margem de lucro das grandes corporações aumentou brutalmente.
- lucros obtidos pelas multinacionais e sistema financeiro (em milhares de milhões). Estes lucros foram depositados nos bancos, que os usaram para emprestar à classe trabalhadora. Ou seja, para que a população pudesse consumir, empresta-se dinheiro com juros, muito mais lucrativo do que aumentar os salários…
- aumenta a divida
- Conclusão: foi a ganância e avidez do sistema financeiro (bancos, empresas de rating, bolsa de valores, corretores) e das multinacionais, com o beneplácito e negligência dos governos, que provocou todas as crises financeiras e económicas na história económica moderna.

O problema é da receita e da despesa luxuosa

1- A lei permite o não pagamento de impostos sem penalização (até €7500). Se multiplicar pelo país inteiro, quantos euros não entram nos cofres do Estado?

2- A justiça é uma lotaria que depende da interpretação arbitrária do juiz.

3- E já agora, a crise NUNCA é para todos:


http://www.publico.pt/Mundo/excomissarios-europeus-escapam-a-austeridade_1457635


http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/exclusivo-cm/frota-de-luxo-na-aguas-de-portugal214802760

O caso é o seguinte: há uma lei que prevê um crime chamado “abuso de confiança fiscal”, crime que consiste em não entregar ao Estado impostos retidos a terceiros (e.g. IVA ou IRS retido a trabalhadores). A lei foi alterada diversas vezes, sendo que, em resultado de cada alteração, se tornou menos exigente quanto aos pressupostos necessários para a verificação de tal crime. A mesma lei prevê outro crime, em tudo idêntico, denominado “abuso de confiança contra a segurança social” (basicamente, a não entrega à segurança social da parte retida aos trabalhadores). O artigo que regula o segundo tipo de crime tem várias remissões para o artigo que regula o primeiro.

Com a Lei do Orçamento de Estado para 2009, a lei foi alterada, passando a constituir crime de abuso de confiança fiscal apenas a não entrega de impostos de montante superior a 7500 euros e alterando-se alguns números do artigo que o regula. Não se alterou, porém, o artigo respeitante ao crime de abuso de confiança contra a segurança social, do que resultou, entre outras consequências, a remissão para um número que deixou de existir…

Alguns tribunais entenderam que aquele limite mínimo se deveria aplicar também ao crime de abuso contra a segurança social, absolvendo os arguidos acusados pela prática de tal crime por valores inferiores aos 7500 euros. Outros, porém, continuaram a condenar arguidos acusados de abuso de confiança contra a segurança social, mesmo estando em causa valores inferiores àquele limiar.

A questão foi agora objecto de apreciação pelo STJ, que decidiu continuar a ser crime a não entrega de contribuições para a segurança social de valor inferior a 7500 euros.

Mas a decisão não foi pacífica: dos 18 Conselheiros que votaram o acórdão, 8 votaram contra (sustentando que não devia considerar-se crime).

Para além dos complexos raciocínios jurídicos invocados para sustentar uma e outra posição, a consequência prática é esta: há pessoas condenadas, por vezes a prisão efectiva, por um comportamento que alguns tribunais entendem ser crime. E há outras que, pelos mesmíssimos comportamentos, são absolvidos noutros tribunais. Ser ou não se preso não depende do que se fez, mas da sorte (ou do azar) de o processo ser distribuído a determinado juiz ou colectivo de juízes. Porém, a culpa não é (só ou sobretudo) dos tribunais: é de um legislador inepto.

http://dre.pt/pdf1sdip/2010/09/18600/0421904249.pdf

É assim que os bancos mantêm os lucros

por Paula Cordeiro

03 Setembro 2010

Qualquer serviço bancário actualmente prestado pela banca é alvo de pagamento de uma comissão. É uma realidade que não é de hoje, mas que ganha particular destaque face aos constantes aumentos que estas comissões têm sofrido, bem como às críticas recentes sobre o carácter abusivo de algumas delas.

Em nome da transparência, os bancos são obrigados a divulgar toda e qualquer comissão que cobram. Desde o início do ano, têm de fazê-lo de forma exaustiva e online. Resultado: cada banco publica um preçário com mais de cem páginas, de tal forma extenso que compromete o objectivo que esteve na base da sua criação, ou seja, a transparência.

Em entrevista ao DN, na semana passada, o secretário-geral da Deco - Associação de Defesa do Consumidor, Jorge Morgado, convidava os leitores a consultarem um preçário e a testarem se de facto ficavam elucidados sobre todos os custos existentes. Foi o que fizemos e o resultado foi a detecção de um vasto leque de comissões complexas, elevadas e outras ainda de actividades colaterais à própria actividade bancária.

O crédito à habitação é, de facto, o grande "filão" bancário no que respeita à cobrança de comissões. Sendo este o negócio central da banca de retalho, e face ao esmagamento das margens financeiras nos últimos anos, os bancos alargam a prestação de serviços conexos à compra de casa e taxam-nos cada vez mais.

É precisamente no segmento do crédito à habitação que nos deparámos com a comissão mais alta inscrita num preçário: 721,15 euros, cobrados pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), por estudo e montagem de um empréstimo desta natureza, a quem comprar habitação secundária, ao abrigo do programa Live in Portugal. A comissão normal pelo mesmo serviço é de 221,15 euros.

É na CGD que encontramos aquela que pode ser classificada como a comissão mais "transparente": são os 100 euros cobrados a quem solicitar a "renúncia ao ónus de inalienabilidade ou outros ónus"...

No campo daquelas que nos fazem sorrir, destacamos duas: o "reenvio de correspondência devolvida (por envio)" retira ao saldo do cliente mais desatento 15 euros. Por outro lado, aos clientes do Millennium bcp que comprem casa através de leasing (poucos, é certo), o banco aplica uma comissão de 150 euros a quem pedir "autorização para representação em assembleia de condomínios". A maioria dos clientes pagaria para não ir a esta reunião...

No segmento de despesas de manutenção de contas à ordem, detectámos que o Banco BPI aplica uma comissão de 15 euros sobre "contas paradas". A CGD, por seu lado, tem a já famosa comissão de 5 euros por pedido de "informação verbal". A par desta, quem for levantar dinheiro da sua conta ao balcão sem cheque ou caderneta (apenas com BI) paga 3,70 euros também na CGD.

No campo das boas práticas, encontramos no Santander Totta um preçário especial, com muitas isenções na renegociação de dívidas para clientes desempregados. Mas este banco, contudo, alarga a sua prestação de serviços à administração de propriedades e cobra 36,14 euros pela "mostragem de habitação para arrendamento".

O Banco Espírito Santo (BES) divulga no seu preçário uma comissão de 85 euros por "deslocação do funcionário para entrega do distrate", ou seja, o documento que comprova o pagamento integral de uma dívida. De salientar que este banco é o único, entre os cinco grandes, que aplica comissões a pagamentos online, embora com muitas excepções.

04/10/10

Um grito de protesto

O que faz um deputado federal? Na realidade, eu não sei mas vota em mim que depois te conto. Vote no Tiririca, pior do que tá não fica.” E com isto um palhaço profissional analfabeto foi eleito deputado no Brasil!...

Um grito de protesto de um povo, que à semelhança do povo português, está exausto da corrupção endémica que grassa no governo. Ao menos, permitem a que alguém humilde e pobre tenha um melhor nível de vida…



Os ricos é que decidem

Todos os comentadores e analistas, bem como os governantes e outros grupos ligados ao poder, que opinam nos meios de comunicação social sobre assuntos económicos, têm duas características comuns:

- são da classe média-alta ou alta

- defendem o capitalismo de mercado

Neste contexto, é óbvio que para eles é fácil defender decisões que pioram as condições de vida das classes média, média-baixa e baixa, já que a sua qualidade de vida não será afectada. Se o comunismo se revelou incapaz para sustentar um modelo económico justo, o que é preciso para definitivamente assumir que o capitalismo também é incapaz? Ao longo do séc. XX e na última década não se evidenciaram provas mais do que suficientes de que o capitalismo gera imensas injustiças sócio-económicas?

Chegou o momento para se mudar o paradigma económico, criar outro modelo, mas as forças que se alimentam do actual modelo obviamente que não estão interessadas na mudança.

Uma viagem de avião

A economia de mercado capitalista é um avião que funciona com 2 motores que impulsionam o crescimento económico: consumo e exportação. Com as medidas de austeridade o consumo vai diminuir drasticamente; como no estrangeiro o incentivo ao consumo também diminuiu, significa que a exportação não vai aumentar.

Imaginemos o que vai acontecer ao avião…

03/10/10

Os números que não são revelados nas entrevistas e debates

12%- a média da taxa de IRC cobrada aos bancos e empresas SGPS, inferior aos 25% cobradas às restantes empresas

25%- peso da economia paralela, sector que não é tributado e que equivale a €16 mil milhões

€ 6 mil milhões- mais-valias (lucros) bolsistas obtidos pelos accionistas da PT quando vendeu a Vivo, sem pagarem um cêntimo de imposto porque a transacção foi feita num paraíso fiscal na Holanda.

€ 4 mil milhões- valor injectado no BPN, cujos administradores e accionistas continuam impávidos e serenos a negociar.

1%- taxa de juro corada pelos bancos centrais, pelo dinheiro emprestado ao sistema financeiro.

6%- taxa de juro cobrada pelo sistema finaceiro pelo dinheiro emprestado aos governos.

Fonte: António Vitaringes, especialista em sistemas de informação, jornal Público

01/10/10

Sejam realistas

Se o défice público é a prima-dona e o leitmotiv da sociedade actual, então proponho duas alternativas para o resolver:


1- Extinguir o SNS, Segurança Social e Educação.

ou

2- Criar centros de eutanásia para os doente crónicos, deficientes e maiores de 65 anos.

Na prática com as medidas de austeridade impostas está-se subrepticiamente a aplicar ambas alternativas, pois implicitamente é essa a mensagem que é transmitida: reformados, doentes e funcionários públicos são um peso financeiro na sociedade e, portanto, inúteis.

Neste contexto, tenho mais respeito pelo Hitler, que assumia frontalmente as suas ideias, do que por estes hipócritas de políticos que pensam e fazem como ele mas dizem o contrário.