28/02/09
A recompensa previsivel
Era de prever! O cão de guarda socrático mais feroz e interveniente nos jornais, só podia ter esta recompensa. Muito provavelmente toda a sua atitude ia nesse sentido, de receber o devido prémio pela defesa implacável do socratismo. Lá dizia o Vasco Santana: "Andamos todos ao mesmo!..."
E tudo continua na mesma...
Ignóbil
25/02/09
Reflexão metafisica
Mas a consciência da morte não tem impedido para que as atitudes e comportamentos desviantes e negativos, que induzem sofrimento no outro, tenham sido eliminadas da acção humana. Essa consciência poderia ser catalizadora de um admirável mundo novo, mas a história já desmentiu essa hipótese...
Reedição do passado
Livreiro vai processar PSP por "abuso de autoridade"
SUSANA PINHEIRO, Braga - DN
Escândalo. Alguns agentes da PSP de Braga apreenderam exemplares de um livro que reproduzia na capa um célebre quadro de Courbet, 'A Origem do Mundo'. A Direcção Nacional já emendou a mão e mandou devolver as obras. O livreiro mantém a queixa, para prevenir futuras situações do género
A PSP de Braga vai devolver, por ordem da Direcção Nacional, os livros apreendidos, no domingo, na feira do livro. A justificação é que a obra em causa - Pornocracia, de Catherine Breillat, editada pela Teorema - "reproduz uma obra de arte". Por isso, "não havendo fundamento para a respectiva apreensão, foi determinado o envio de uma comunicação ao Ministério Público para considerar sem efeito o respectivo auto".
O magistrado António Martins entende que as situações e os alertas ocorridos recentemente de interferência nas esferas da liberdade de expressão e da liberdade sindical suscitam a ideia referida por Orwell de uma sociedade "altamente vigiada e limitadora do sentido crítico das pessoas que se deve querer em democracia. PÙBLICO
Há uns anos também aconteceu o mesmo numa livraria em Viseu. O professor Adelino Maltez afirmou numa entrevista que um sistema totalitário não é derrubado por decreto, e os seus tiques e influências perduram algumas gerações. Parece que o Estado Novo ainda perdura...
22/02/09
CITAÇÃO
João Marcelino, "Diário de Notícias", 21-02-2009
A justiça que temos
Por Luís Rosa
O processo de Mesquita Machado foi arquivado por «falta de meios», segundo a própria Justiça. Contra o autarca de Braga foram reunidas fortes suspeitas, mas os magistrados admitiram não ter meios para levar a investigação até ao fim.
O procurador Lemos Matos – titular do inquérito, que se iniciou em 2000 e acabou por ser arquivado em Novembro último por «carência de provas» – diz mesmo que a ausência de «recursos humanos» deveu-se à prioridade atribuída pela PJ do Porto a «outras investigações, talvez mais mediáticas». Isso terá impedido «outro dinamismo e preocupação investigatória» que «contribuísse eficazmente e com transparência para o esclarecimento da verdade factual». «É com isto que se não compadece a realização da Justiça!» – lê-se no despacho final, a que o SOL teve acesso.
Desempregados de luxo
Paga, Zé Povinho!
O que está em causa é o facto de, alegadamente, o banco do Estado ter comprado a Manuel Fino um lote de 64 milhões de acções da Cimpor por 4,74 euros, quanto estavam cotadas a 3,79 euros. Ou seja, nesta venda fez uma mais valia de 60,8 milhões de euros em relação ao preço de mercado das acções. E esses 60,8 milhões de euros vieram dos cofres do Estado, tendo anteontem o Bloco de Esquerda afirmado, através de Francisco Louçã, que poderiam servir ao empresário para este pagar uma dívida à CGD (dinheiro usado para comprar acções do Banco Comercial Português). Segundo o Bloco de Esquerda, Manuel Fino tem ainda opção de recompra das acções, por três anos. A Caixa Geral de Depósitos é agora dona de 9,53 % dos activos financeiros da cimenteira Cimpor. "Com que critério numa época de tantas dificuldades se esbanja dinheiro desta forma?", perguntou Francisco Louçã. DN
20/02/09
Modelo económico português
Alexandra (nome fictício), licenciada em Direito, é outro exemplo concreto dos casos detectados pelo Inquérito ao Emprego no último trimestre do ano passado. Os honorários dos processos oficiosos poderiam ser suficientes se o M inistério da Justiça "pagasse atempadamente". Chegou a esperar oito meses. Pouco depois de ter contactado uma agência de trabalho temporário integrou o departamento de facturação de um dos maiores grupos de telecomunicações. Por um horário de trabalho a tempo inteiro, recebia o salário mínimo e prémios. Não deixou de pedir licenças para aceitar alguns processos. "Depois da expectativa que se cria ao fim de tantos anos de curso e do estágio, desistir custa um pouco. Lido com pessoas que estão exactamente na mesma situação." No início do ano resolveu dedicar-se exclusivamente à advocacia. Espera que a situação dure, pelo menos, até Maio. A opção tomada no ano passado assegurou as despesas básicas: "Ter um pouco de independência financeira, ir ao cinema e de vez em quando comprar roupa." Aos 31 anos, queria já ter saído de casa dos pais.
O retrato traçado pelo INE denuncia, contudo, que os salários baixos ainda são muito frequentes. (…) os dados relativos ao ano passado apontam para a existência de mais de 1,6 milhões de pessoas com um rendimento mensal inferior a 600 euros. O equivalente a 42% de todos os trabalhadores por conta de outrem. DN
Um caso demonstrativo dos baixos rendimentos que perduram à décadas em Portugal. Por isso, é incomprrensivel o argumento empresarial da falta de competividade da economia portuguesa quando um dos factores que pesam no orçamento de uma empresa- os salários- são dos mais baixos da Europa.
15/02/09
Uma ideia revolucionária
Aqui está uma ideia interessante e de exequibilidade viável: um principio da distribuição da riqueza de modo a eliminar o fosso persistente entre abastados e indigentes.
O grande poder das mulheres
(…) as jovens foram buscar a ideia da manifestação à comédia Lisístrata, escrita pelo grego Aristófanes em 411 a.C.. Na época em que foi escrita, Atenas atravessava um período difícil da sua história. Abandonados pelos seus aliados, os atenienses tinham ao redor das muralhas da sua cidade as tropas de Esparta. Essa luta fratricida enfraquecia a Grécia, pondo-a à mercê dos Persas e Medos. A peça de Aristófanes faz uma crítica severa a essa guerra, envolvendo as mulheres das cidades gregas na Guerra do Peloponeso, lideradas pela ateniense Lisístrata, que decidem instituir uma greve de sexo até que seus maridos parem a luta e estabeleçam a paz. No final, graças às mulheres, as duas cidades celebram a paz. DN
Mudanças pesadas
2009: entra-se na sala e silêncio sepulcral. Sussurros, murmúrios sibilantes, são os sons comuns. Não há convívio, debate, conversa ou gargalhada. Os semblantes estão taciturnos, sorumbáticos, desconfiados.
Estes são os resultados da política orçamental de 3 dirigentes ministeriais: para poupar nos salários, estimula-se e implementa-se a competitividade agressiva e destruidora. Em que mundo vivem esses 3 dirigentes para considerarem que é este tipo de mundo o ideal para o desenvolvimento?
Criticas a pares
- os OI não são o cerne da avaliação. O ponto crítico vai ser atingido no final do ano quando for obrigatória a entrega da autoavaliação; neste momento, quantos dos que não entregaram os OI estão dispostos a desobedecer à lei? Nesse momento é que veremos a verdadeira coragem (suicida, diga-se de passagem).
- esta postura de resistência já devia ter sido implementada em 2005 aquando da discussão do ECD; muitos dos que são hoje titulares nem sequer fizeram greve aos exames nacionais, por receios infundados da requisição dos serviços mínimos. Também podiam ter boicotado o concurso de titulares não concorrendo, deixando-o deserto; nessa época também não decidiram pensando na sua vidinha?
Portanto, agora a resistência tem menos impacto porque peca por tardia, e não se pode apontar o dedo acusador se anteriormente não se mostrou coragem em momentos críticos.
14/02/09
A bodega do futebol
Compare-se esta situação com a imoralidade abjecta de um banco espanhol disponibilizar a um clube de futebol €70 milhões (!) para comprar o jogador Ronaldo…
A estupidez humana é irritante e cria pulsões autodestrutivas…
Será que é assim tão difícil ver que o futebol está a ser usado para branqueamento de capitais, fraudes fiscais e enriquecimento ilicito?
13/02/09
Forças ocultas do Pinócrates?!
MIC teve de mudar estatutos por pressão judicial
O Movimento de Intervenção e Cidadania (MIC), formado a partir da candidatura presidencial de Manuel Alegre em 2006, esteve ameaçado de extinção pelo Ministério Público.Uma ameaça que Helena Roseta, da direcção do movimento, qualificou ao DN de "estranha". "O Ministério Público não terá coisas mais importantes com que se preocupar?", questionou-se a vereadora na Câmara de Lisboa. "Não posso deixar de relacionar este processo com o facto de estar em causa uma associação a que está ligado o Manuel Alegre."
"Agora o MIC é praticamente indissolúvel", diz Roseta, para quem "é uma coisa absurda" o Ministério Público andar a controlar os estatutos de associações cívicas independentes. "É um resquício da legislação anti-associativa da ditadura", considerou. "Já participei em inúmeras associações e nunca vi nada disto. É a primeira vez."
Realmente é muito estranho o MP desviar recursos para fiscalizar estatutos de movimentos cívicos independentes. Dada a invulgaridade, é perfeitamente legítima a suspeita lançada por Helena Roseta, sobre a relação entre o movimento e Manuel Alegre (o verdadeiro adversário do socratismo), ser o leitmotiv dessa fiscalização.
Parece que os tiques totalitários são genéticos e perpetuam-se ao longo das gerações…
10/02/09
Alegrar o povinho
Aqui está o exemplo concreto da faixa da população que a demagogia e populismo do Pinócrates quer atingir: classe baixa e média-baixa, que são uma parte significativa da população portuguesa (infelizmente). Vivem na santa ilusão de que as Novas Oportunidades lhes vão abrir portas para um trabalho melhor, quando na realidade qualquer empresário esclarecido não se vai impressionar com essa formação, que se sabe ser inexistente.
08/02/09
Ciclo
Os oportunistas
07/02/09
O controlo dos cidadãos
Aí está o Big Brother, de mansinho, paulatinamente, a entrar na vida das pessoas. Como se as garantias dadas sobre a privacidade tivessem algum valor; qualquer pessoa minimamente informada sabe que tecnicamente é sempre possível usar a tecnologia para detecção e controlo do veículo, portanto, qualquer indivíduo ou entidade ligada ao sistema o poderá fazer. Quem é que vai controlar ou descobrir que foi usada para esses fins?
Sendo obrigatório, deixa de existir a liberdade de cada cidadão querer ou não querer aderir ao sistema (como acontece com a Via Verde), o que é inadmissível num Estado de Direito. No que me diz respeito, vou esperar para saber pormenores técnicos, mas garanto o seguinte: se o sistema não for amovível, obrigar a uma adesão a uma conta bancária (tipo Via Verde), incluir custos regulares e não permitir latitude de decisão individual, é já a seguir que vou instalar o chip…
Já agora, quem aderiu ao sistema via verde também tem de instalar o chip? Se sim, fica com dois dispositivos electrónicos para quê? Além da desigualdade de uns terem custeado um dispositivo e outros não.
Depois, é uma forma encapotada da Brisa não gastar um cêntimo na construção de portagens, sendo este o verdadeiro objectivo do chip; uma saída airosa encontrada pelo governo pseudo-socialista para começar a cobrar as Scut sem ter qualquer custo.
06/02/09
Factos desagradáveis
Alguém vislumbra alterações significativas ao ECD a curto prazo? O tempo corre a favor do ME que não tem nada a perder contra todos os docentes que têm muito a perder; este combate desequilibrado pende para o lado ministerial. Atitudes de desobediência, mesmo que em larga escala, é expor os flancos à flagelação livre do ME, sem qualquer hipótese de defesa; o número é uma boa defesa mas o nº da maioria absoluta é um perigoso ataque…
O medo da perda do emprego e da perda significativa do poder de compra, o uso da actual crise sócio-económica como arma repressiva, a existência de milhares do lado de fora que se dispõem a atitudes escravizantes abdicando de toda a dignidade laboral desde que tenham emprego, são instrumentos poderosos que manipulam as vontades individuais, forçando-as a fazer o que não desejam. O puro instinto de sobrevivência…
Neste momento só restam duas saídas:
-resignação da derrota contra o Golias artilhado, com as terríveis consequências a médio e longo prazo;
- uso do arsenal nuclear: greve aos exames nacionais e/ou às avaliações por tempo indeterminado, greve ás aulas por tempo indeterminado ou greve de zelo por tempo indeterminado.
Deduzam qual das saídas teria mais votos se fosse a escrutínio…
03/02/09
Imoralidade abjecta
Entretanto, [Barack Obama] chamou a atenção pública para o escândalo de como foram gastos os dinheiros concedidos à banca - como o City Bank - e a grandes empresas, através do plano Paulson, ainda no tempo de Bush. Foram, em boa parte, gastos em prémios dados aos gestores das empresas, que os receberam e em despesas sumptuárias, como na compra de um avião privado, caríssimo, para uso próprio dos administradores. Como disse Obama: "Os executivos dos grandes bancos repartiram entre si 14 250 milhões do plano da crise." E acrescentou: "Uma irresponsabilidade e uma vergonha!" Além disso, anunciou um controlo do Estado para que tudo seja transparente e publicamente conhecido, uma vez que o dinheiro provém dos contribuintes...Na Europa, em geral, tem-se aplicado a mesma receita. E também não está a correr bem. É desconhecido, por enquanto, para onde foram - e sobretudo como foram gastos - os dinheiros expendidos para conter a crise, pelos Estados nacionais. Perante o exemplo americano, é natural que os políticos europeus dêem a conhecer como foi gasto o dinheiro e se não foi também, como se desconfia, para beneficiar - sem qualquer controlo - os mesmos gestores que continuam a conservar os seus lugares, apesar de serem os responsáveis principais do desastre. Em perfeita impunidade, até agora. Portugal, infelizmente, parece não ter sido excepção a essa regra geral. "Mudar o menos possível, para que tudo fique na mesma..." Mas não é possível. Foi a "mão invisível", a auto-regulação dos mercados, que conduziu ao desastre! Quando os ouvimos falar - os inquiridos, arguidos ou apenas suspeitos - com o à-vontade e a desfaçatez com que o fazem, ficamos com a convicção de que ainda não aprenderam nada com a crise... E o pior é que o tempo de mudança urge.
O mais grave de tudo nesta crise global: é o desemprego em massa que continua a crescer, com o encerramento de fábricas e outras empresas, tanto grandes como pequenas, em todos os continentes. A indústria automóvel parece ter sido particularmente afectada, tanto na América como na Europa, no Japão, na Rússia ou na China, países emergentes, que adoptaram o modelo económico neoliberal, no pior que tem, e estão a sofrer muito com a intensificação da crise. Nos próximos tempos, atenção a estes dois colossos, às dificuldades por que vão passar e à forma como vão gerir - difícil de prever - os inevitáveis conflitos sociais que vão ter de enfrentar...
Hipocrisia estatal
O Governo quer os aposentados de novo nas escolas para auxiliarem nas tarefas não lectivas, como o apoio ao estudo, aos alunos imigrantes, ou nas visitas de estudo. (…) à intenção do Governo de pôr os reformados a apoiar as salas de estudo ou bibliotecas, a trabalhar na construção de materiais didácticos, nas visitas de estudo ou nos centros de recursos educativos. A proposta consta do projecto de despacho do secretário de Estado Valter Lemos, já submetido ao Conselho de Escolas (…) DN