Após décadas a viver neste planeta, constato que a vida do humano moderno não é diferente do seu antepassado hominídeo no seu objectivo principal: obter os recursos para (sobre)viver.
Enquanto no passado a vida quotidiana se baseava na busca do alimento e água, agora baseia-se na busca do dinheiro que dá acesso ao alimento e água. Se analisarmos o quotidiano de cada um, é exactamente esse objectivo principal que tem de ser sempre cumprido; uma diferença, é que o sedentarismo em grandes metrópoles permitiu que grupos de humanos tenham tempo para se dedicar ao ócio, só possível, porque têm outros grupos de humanos a assegurar as suas necessidades básicas.
A parafernália científica e tecnológica criou uma ilusão de que fazemos algo mais do que simplesmente obter os recursos básicos; mas se analisarmos introspectivamente o nosso quotidiano veremos que é esmagadoramente dedicado ao trabalho, ou seja, à obtenção do recurso financeiro que permite obter os recursos básicos…
Os nossos antepassados dedicavam a manterem-se vivos o tempo suficiente até se reproduzirem, e actualmente, para muitos milhões de humanos, isso não será diferente…
Numa espécie com o intelecto mais desenvolvido, o sentido da vida torna-se angustiante quando se escamoteia o quotidiano…
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