31/12/09

30/12/09

Um mau ano

A título individual, cada um classifica o ano que passou de modo diferente: bom ou mau. Mas o ser humano pertence a uma espécie social e gregária, o que significa que a sobrevivência individual tem menos probabilidades. Deste modo, a titulo colectivo ainda não existiu um ano bom; todos foram maus porque continuam a persistir todos os males: pobreza, fome, falta de água, escravatura, guerra, etc.
Já chega de falsos optimismos: o próximo ano vai ser mau. Só será bom se os decisores políticos e os detentores da riqueza planetária se tornarem humanistas, o que obviamente é uma ideia ingenuamente utópica...

É preciso denunciar

Este casal de arquitectos tem um site na Internet (http://www.carloscastanheira.pt/), um gabinete em Vila Nova de Gaia, um portefólio nacional e internacional, publicitam a parceria com Siza Vieira, possuem uma moradia unifamiliar com várias divisões, e têm um filho no ensino secundário numa escola pública a usufruir da acção social escolar no escalão B!...
Para usufruírem deste direito social tiveram de apresentar um rendimento per capita entre 0,5 x IAS x 14 e 1 x IAS x 14, em que o IAS= €419,22. Este escalão dá direito a que a escola pague metade das despesas em visitas de estudo e nas despesas de aquisição de material escolar bem como refeições.

É credível que este casal com este currículo aufira rendimentos deste montante?
Que melhor exemplo demonstrativo da ineficácia da máquina fiscal, da injustiça social, da falta de ética e moral, e de um furto a todos os cumpridores?
Multiplique-se este exemplo pelas centenas de milhares que pululam pelo país e já se percebe o motivo do subdesenvolvimento nacional...

E continuam a idolatrar estas coisas...


Ladrões de gravata


A diferença em relação aos outros é só uma: não usam armas nem violência para roubar.

O perverso modelo sócio-económico

NA TERRA DA MISÉRIA E... DOS PORSCHES

POR CESALTINA PINTO – revista VISÂO

No Vale do Ave, não há empregos: há despedimentos, salários em atraso, lay off. O comércio ressente-se. Só
o Centro da Porsche não se queixa: em dois meses, fez metade das vendas de um ano
'Assim se faz Portugal. Uns vão bem e outros mal.» A canção de Sérgio Godinho não sai da cabeça, quando se vagueia pelo Vale do Ave. Em Vizela, Patrícia Oliveira, 32 anos, desatou a fazer tricô e croché. Os cachecóis vão crescendo, ao ritmo da sua impaciência. A região já não tem muito para oferecer a uma mulher como ela, com apenas o 6º ano de escolaridade, vítima de despedimento colectivo de uma têxtil-lar.
A estrada entre Braga e Guimarães dei­xa uma sensação de morte lenta. As fábri­cas, na berma da estrada, despertam-nos a nostalgia do que já foi grande, como a Outeirinho, a Lameirinho, a Riopele...
Em Guimarães, o condomínio privado Villas Flor é um sinal dos tempos. São 80 aparta­mentos de luxo, construídos no local onde já laborou uma grande empresa têxtil, de que só restou a fachada.
O soco no estômago espera-nos em Celeirós, Braga. O Centro Porsche foi inaugurado em Setembro mas, no fim de Outubro, as nuvens carregadas não ofus­cavam o brilho do interior. Rui Franco, só­cio-gerente, tinha razões para fazer estou­rar a rolha do champanhe que partilhava com os funcionários.
Ou seja: a Porsche vendeu 12 Panamera, em dois meses, quando o objectivo era vender oito num ano! Sendo que o pre­ço médio deste carro anda pelos 200 mil euros (o Turbo chega a 225 mil euros e também já estava vendido). «Só esta ma­nhã vendemos quatro e já temos pedidos para entregas em 2010.» Rui Franco não podia estar mais satisfeito. Antes de inau­gurar o stand, tinha já 40 clientes em lista de espera. E se a intenção era negociar 50 unidades num ano, o certo é que, em nove semanas, já vendeu vinte e cinco.
Quem compra carros pelo preço de um T2 ou de um T3? «Vendemos para todo o País, mas 40% estão na Zona Norte. Te­mos o feirante, o empresário e o jogador de futebol.» Sem identificar os clientes, lá deixa cair: «Um só empresário comprou três. E um empresário têxtil, da Trofa, levou um Cabriolet [140 mil euros].» Há quem peça para levantar os carros durante a noite, uma vez que o stand presta serviço durante 24 horas, incluindo na oficina. Es­tarão estes empresários entre aqueles que dizem ser impossível aumentar o ordena­do mínimo de 450 para 475 euros?

'NEM DEIXAM APRENDER!'

Esta é uma realidade na qual Patrícia não se move. Mas Francisco Vieira, do Sindi­cato Têxtil de Guimarães, tem perfeita consciência dela: um país esquizofréni­co, a duas velocidades, condimentado por laivos de imoralidade. Sente-se indigna­do pelo que vê e ouve. «Fui ameaçado de morte por um patrão porque lhe pus em causa o processo. Não pagava havia três meses, despediu os trabalhadores, fechou a fábrica. Mas queria abrir outra e contra­tar 40 trabalhadores. E tinha uma grande fila à espera. É preciso dar caça a isto!», desabafa, apontando a legislação que per­mite fechar e abrir empresas, continua­mente e com impunidade.

27/12/09

Alguns manda-chuva

Não estão todos, mas já é exemplificativo:

Da lista liderada por Américo Amorim, fazem parte as famílias e holdings pessoais de Belmiro de Azevedo, Alexandre Soares dos Santos, Espírito Santo, Pedro Queiroz Pereira, Pedro Maria Teixeira Duarte, Vasco de Mello, António Mota, Manuel Fino, Joe Berardo, Nuno Vasconcellos, Horácio Roque, Joaquim Oliveira, Fernando Nunes, Luís Silva e Pinto Balsemão. O activo bolsista destes investidores, tendo por base os critérios acima referidos, estava valorizado em aproximadamente 19 mil milhões de euros, uma fatia que corresponde a quase 10% da capitalização bolsista do índice PSI 20. Entre 2008 e 2009, este património valorizou 5300 milhões de euros, o que traduz um crescimento de 38% em relação à valorização registada no final de 2008.


É extraordinário e inconcebível como a corrente económica dominante continua a impor que este modelo capitalista é o melhor para o desenvolvimento humano...


25/12/09

Feliz Natal?!

Frontalmente, o ser humano precisa prioritariamente de comer e beber para se manter vivo, o seu principal objectivo. No passado longínquo, teria de escolher um local com recursos naturais suficientes para alimentar uma determinada quantidade de indivíduos. Hoje, tem de ter o dinheiro suficiente para comprar os recursos. E portanto, a sua vida fundamenta-se na execução de actividades que proporcionem o acesso ao vil metal. Essas actividades são executadas num contexto de darwinismo social, sendo um paradoxo em relação à ideologia da época natalícia: solidariedade, paz, harmonia, altruísmo.

A solidão que mais se evidencia nesta época é ilusória: refere-se a não estar acompanhado por outros corpos, a interagir e comunicar com eles. Na realidade, cada um é sempre solitário, porque mesmo acompanhado por corpos, sente, pensa, sem que nenhum dos presentes percepcione essas actividades. Além disso, age em prol da usa sobrevivência individual, o que implica muita actividade solitária.

No contexto de relacionamento cortês e interesseiro- em que cada um se borrifa para o outro mas mantém uma relação cordial porque nunca se sabe quando um dia o outro lhe pode ser útil- é fátuo os votos que anualmente todos se desejam uns aos outros.

Os homens ditos santos- Cristo, Buda, etc.- tentaram pela palavra e acção demonstrar que existe o verdadeiro altruísmo, amor ao próximo, como a melhor opção de organização social. Com insucesso, como se constata no quotidiano: cada um manobra no sentido de obter os melhores proventos, mesmo que prejudique os outros.

Um dia como outro qualquer do ano: apenas simbólico mas sem simbolismo. Muitos milhões encaram o dia como um feriado, um dia em que não trabalham e dedicam ao lazer; e pelo caminho, a época do ano em que se aproveita para comprar os itens mais onerosos, numa fugaz sensação de felicidade e satisfação.

O sentido da vida esmorece, porque tudo se resume a possuir os bens materiais para sobreviver neste planeta…

21/12/09

Para recordar

Já está esquecida a desumanidade do anterior governo. Talvez este momento inspirado relembre esses tempos recentes:


Os Malefícios da Rivalidade na Escola

Poucas serão as escolas em que o mestre não anime entre os alunos o espírito de emulação; aos mais atrasados apontam-se os que avançaram como marcos a atingir e ultrapassar; e aos que ocuparam os primeiros lugares servem os do fim da classe de constantes esporas que os não deixam demorar-se no caminho, cada um se vigia a si e aos outros e a si próprio apenas na medida em que se estabelece um desnível com o companheiro que tem de superar ou de evitar. A mesquinhez de uma vida em que os outros não aparecem como colaboradores, mas como inimigos, não pode deixar de produzir toda a surda inveja, toda a vaidade, todo o despeito que se marcam em linhas principais na psicologia dos estudantes submetidos a tal regime; nenhum amor ao que se estuda, nenhum sentimento de constante enriquecer, nenhuma visão mais ampla do mundo; esforço de vencer, temor de ser vencido; é já todo o temperamento de «struggle» que se afina na escola e lançará amanhã sobre a terra mais uma turma dos que tudo se desculpam. Quem não sabe combater ou não tem interesse pela luta ficará para trás, entre os piores; e é certamente esta predominância dada ao espírito de batalha um dos grandes malefícios dos sistemas escolares assentes sobre a rivalidade entre os alunos; não se trata de ajudar, nem de ser ajudado, de aproveitar em comum, para benefício de todos, o que o mundo ambiente nos oferece; urge chegar primeiro e defender as suas posições; cada um trabalhará isolado, não amigo dos homens, mas receoso dos lobos; o saber e o ser não se fabricam, para eles, no acordo e na harmonia; disputam-se na luta. Urge quanto antes alargar a reforma radical que as escolas novas fizeram triunfar na experiência; que só haja dois estímulos para o trabalho nas aulas: a comparação de cada dia com o dia anterior e com o dia futuro e o desejo de aumentar o valor, as possibilidades do grupo; por eles se terá a confiança indispensável na capacidade de realizar e a marcha irresistível da seta para o alvo; por eles também o sentido social, o hábito da cooperação, a tolerância e o amor que gera a convivência em vez de um isolamento de caverna e de uma agressividade permanente; a vitória de uma ideia de paz sobre uma ideia de guerra.
Agostinho da Silva, in 'Considerações'

Para a Salvação da Democracia

Ora a democracia cometeu, a meu ver, o erro de se inclinar algum tanto para Maquiavel, de ter apenas pluralizado os príncipes e ter constituído em cada um dos cidadãos um aspirante a opressor dos que ao mesmo tempo declarava seus iguais. Ser esmagada pelos condottieri que dispõem das lanças mercenárias ou pela coalizão dos que manejam o boletim de voto é para a consciência o mesmo choque violento e o mesmo intolerável abuso; um tirano das ilhas vale os trinta de Atenas e os milhares de espartanos. Pode ser esta a origem de muita reacção que parece incompreensível; há almas que se entregaram a outros campos porque se sentiam feridas pela prepotência de indivíduos que defendiam atitudes morais só fundadas na utilidade social, na combinação política. E de facto, o que se tem realizado é, quase sempre, um arremedo de democracia sem verdadeira liberdade e sem verdadeira igualdade, exactamente porque se tomou como base do sistema uma relação do homem com o homem e não uma relação do homem com o espírito de Deus. Por outras palavras: para que a democracia se salve e regenere é urgente que se busque assentá-la em fundamentos metafísicos e se procure a origem do poder não nos caprichos e disposições individuais, mas nalguma coisa que os supere e os explique, aprovando-os ou reprovando-os. O indivíduo passaria a ser não a fonte mas o canal necessário ao transporte das águas; nenhuma autoridade sem ele, nenhuma autoridade dele. Seria assim possível sacudir de vez as morais biológicas que nos têm proposto e, construindo um decálogo sobre os princípios divinos, ligar-lhe indissoluvelmente a política com uma simples extensão ou como outro aspecto de uma idêntica actividade. Não vejo outro alicerce senão o entendimento, o que, fazendo do animal a pessoa, ao mesmo tempo se coloca acima do indivíduo e se impõe como norma universal; e as maiorias, assim, só viriam a obrigar quando as suas resoluções coincidissem com a razão e com os fins últimos que a Humanidade se propõe atingir.
Agostinho da Silva, in 'Diário de Alcestes'

Um povo culto

Os povos serão cultos na medida em que entre eles crescer o número dos que se negam a aceitar qualquer benefício dos que podem; dos que se mantêm sempre vigilantes em defesa dos oprimidos não porque tenham este ou aquele credo político, mas por isso mesmo, porque são oprimidos e neles se quebram as leis da Humanidade e da razão; dos que se levantam, sinceros e corajosos, ante as ordens injustas, não também porque saem de um dos campos em luta, mas por serem injustas; dos que acima de tudo defendem o direito de pensar e de ser digno.
Agostinho da Silva, in 'Diário de Alcestes'

17/12/09

Colectânea de ódio

1. Será que esta classe não para com as suas atitudes circenses? Basta de reivindicações num País em crise onde são sempre os mesmos a pagá-la. São estes Senhores que menos trabalham: 12/14 horas por semana de 4 dias úteis durante 8 meses pois, têm 4 de férias mas, recebem bem e pontualmente durante 14. Grande parte deles arrastam-se pelas Escolas sem qualquer horário. Como exemplo e para se ter uma noção do que é o vencimentos destes Senhores vou relembrar os 3 últimos escalões: 245 - 2227,93; 299 - 2718,99; 340 - 3091,82 ao que acresce 4,27 euros diários (dias úteis) se subsídio de refeição. O Povo/Contribuinte está farto de tantas exigências e tão pouca produtividade pois são estes que passam a vida a dar no duro para que, os ditos, levem uma vida animada e de luxúria. São os únicos que quanto mais anos têm de serviço e mais experiência, têm redução de Horário e melhor vencimento. São bem pagos para não trabalhar. Que País este onde vivo e tão fracos Governos tem tido, que não consegue pôr a trabalhar os que mais ganham e melhores regalias sociais possuem!!!!!! O Povo/Contribuinte deveria ser chamado a decidir sobre esta classe profissional de empregados do Estado.

2. Uma vez mais, uma das trupes de parasitas deste país vai ganhar. Para protestar, fazer greves e viagens a Lisboa têm tempo. Para melhorarem não. A satisfação de muitos (como eu) é que são, cada vez mais, vistos como parasitas da sociedade, usurpadores da riqueza criada pelo país e como responsáveis pela educação miserável dada às crianças/jovens deste país. Dizem que a culpa é do ministério/ministro. Mas se são eles que mandam no ministério/ministro da educação, podemos concluir que a culpa é deles. Professores? Não. Choradores. É que não fazem mais nada do que reclamar. Alguém lhes dá uma chupeta?

3. Esta Ministra da Educação é uma vergonha e um atentado aos Portugueses. Verga, porque de educação não sabe nada, ao oportunismo dos sindicatos dos professores. Quer dar uma de porreira, como aqueles professores incompetentes que nem escrever sabem e dão notas altas aos alunos para que estes os não chateiem, e dá aos sindicatos tudo o que estes exigem. Desrespeita quem, antes dela, esteve com dignidade e coragem no posto que ela ocupa. Onde está o corajoso Sócrates? Que pesadelo é este Portugal. Que ministra indigna do lugar que ocupa... Que vergonha!

4. É a hora de aproveitar o desgoverno, tudo que mexe com classes profissionais que representam muitos votos, o governo abre as ditas... e não só o governo até a oposição dá tudo. Quem vai pagar tudo isto?, querem que vos diga? os suspeitos o costume, o zé contribuinte, não funcionário público. Por favor entreguem este pedaço de terreno á Espanha, eu sei, eles não vão querer, mesmo de graça, mas está comprovado que os milages, às vezes, acontecem.

COMENTÁRIOS COLOCADOS EM:

http://www.publico.clix.pt/Educação/ministerio-assume-a-fenprof-que-professores-com-bom-terao-acesso-ao-topo-da-carreira_1414238

O ódio, a inveja mesquinha persiste. Só uma amostra do que se ouve na rua. Os docentes deviam mandar todos para a p*** que os pariu e demitirem-se em bloco todos os 150 000 ‘parasitas’ do sistema educativo, como ameaçaram os enfermeiros finlandeses o ano passado, e que fizeram baixar a bola ao governo finlandês. Mas como os docentes são escravos e temerosos, vão continuar a ser enxovalhados porque estão f*******: precisam da m**** do dinheiro para viver, e portanto, prostituem o seu estatuto social, em prol de uma cambada de ingratos que não reconhecem que sem o sistema educativo, mesmo que mediano, os seus filhos estavam entregues à bicharada e a maioria deles seria delinquente...

16/12/09

Efeitos da avaliação

Quando em 2005, o governo socialista liderado pelo indescritível PM, implementou a tão propalada reforma da Administração Pública, o cavalo de batalha largamente utilizado foi a avaliação dos funcionários, tendo sido apresentado como a panaceia que iria aumentar a eficiência e produtividade do Estado. No final destes anos, e após a publicação dos resultados da dita avaliação (exceptuando em alguns sectores), o que mudou?
Mais conflitualidade, ressentimento, vingança e represálias pessoais, clima de medo e repressão, ou seja, tudo o que contribui para a diminuição da eficiência e produtividade.
O cidadão pode afirmar peremptoriamente que os serviços melhoraram significativamente? Pelo estado de alma emanado pela população, a resposta é francamente negativa...
Seguindo o raciocínio cientifico, conclui-se que a panaceia não foi mais do que atirar areia para os olhos e um formidável método de poupar euros em salários...

Um dilema ético perturbante

IEFP afasta jurista por actuar de forma isenta e imparcial

Pode até parecer absurdo, mas o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) afastou do serviço um dos seus mais antigos advogados, só porque este insistia em manter uma postura de isenção e imparcialidade.

"Não acompanha os desafios e objectivos" propostos e "necessita de ter outro tipo de estímulo e de experiência dentro da nossa organização", escreveu a directora dos Recursos Humanos da Delegação Norte na proposta de afastamento do advogado. Para o jurista a questão é, no entanto, outra, já que antes a directora o havia criticado pela sua postura de "isenção e imparcialidade" face à lei, advertindo-o de que lhe poderia "prejudicar a carreira". A direcção do IEFP diz que aquela não é a posição do instituto: "Não é a posição do IEFP, nem julgo que alguma vez a dita funcionária o tenha dito", frisa a resposta, por correio electrónico, às questões do PÚBLICO.

O facto é que o escreveu: "Tenho sentido que olha para a lei com a isenção e imparcialidade de um juiz que a tem de aplicar. Contudo, é advogado do IEFP. É certo que o IEFP prossegue o interesse público, mas [você] prossegue outro objectivo, a saber: empregar os seus conhecimentos a favor do IEFP, numa óbvia perspectiva de parcialidade e de pouca isenção em abono do seu cliente. Tudo o que fizer ao contrário deste princípio prejudica a sua carreira", assim escreveu a directora num documento que dirigiu ao advogado e que este apresentou agora no Tribunal do Trabalho.

Aqui está um tema de interessante reflexão. Um advogado deve ou não deve possuir e praticar valores humanos, éticos e morais?
Neste contexto, compreende-se que para exercer a advocacia tem de se possuir um determinado perfil. Numa perspectiva profissional, o advogado tem de defender o cliente, independentemente de ter razão ou não. Nesta perspectiva, um advogado não aplica os tais valores morais e éticos, utilizando a manipulação, a falsidade, a argúcia, a desonestidade, para exercer uma representação eficaz. Ou seja, o fim justifica os meios. Numa perspectiva humana, um advogado não é digno de confiança, tornando-se um pária, devido à necessidade da sua acção ter de ser eficaz. Qualquer declaração de um advogado em exercício de funções tem de ser objecto de escrutínio critico muito rigoroso.
Portanto, por um lado a directora tem razão e por outro revela os valores pelos quais se rege a sociedade humana, o que não é nada tranquilizante.
Por isso, considero que quem possui e pratica os tais valores jamais pode exercer a advocacia de forma competente. Também se conclui que o Estado, quando lhe convém, usa de má-fé e de expedientes para se furtar à aplicação dos valores éticos e morais, de que deveria ser o pioneiro a praticar.

13/12/09

Um exemplo extraordinário

Por mero acaso, ao fazer zapping num dia frio, esbarrei no Discorey Channel. O que me chamou a atenção foi ver uma cara europeia vestida com uma indumentária indiana. No final do documentário, aprofundei a pesquisa e obtive algo que há muito defendo acerrimamente: o capitalismo humanista. Contextualizando, na Índia vive um francês (de seu nome Christian R. Fabre) que se converteu ao hinduísmo e é empresário de uma indústria têxtil de sucesso, com lucros superiores a $300 milhões anuais. O extraordinário desta história, é que a adversidade que atingiu este homem o tornou verdadeiramente humanista e não em mais um indivíduo ressabiado que se rege pelo darwinismo social. Este homem foi viver para a Índia com a família na década de 70, estabelecendo-se no negócio das peles para vestuário. Por acção do governo indiano, perdeu o trabalho, ficando na indigência. A mulher e o filho retornaram a França deixando-o sozinho. Obteve um emprego mal remunerado na indústria têxtil e com as poupanças que foi obtendo, investiu em maquinaria e lançou-se no negócio têxtil com um sócio indiano (que ainda hoje se mantém, na empresa denominada Fashions International). Entretanto, conhece o hinduísmo e converte-se totalmente, ao ponto de se propor para a função de swami (monge, adoptando o nome de Swami Pranavananda Brahmendra Avadhuta). E assim se manteve até à actualidade, trajando unicamente as vestes de monge e gerindo o seu negócio.

O método de gestão é inigualável no mercado industrial e comercial actual:


- 60% dos lucros da empresa são distribuídos por todos os que trabalham na organização (desde o executivo até ao trabalhador na produção). O resultado é que os trabalhadores são os melhores remunerados de toda a Índia neste sector. Não há exploração, maus-tratos, falta de condições de higiene e/ou segurança, obtendo sempre lucros anuais.


- Swami só aufere um salário de $200 mensais e vive numa moradia extremamente simples.


- Desde a fundação da empresa nunca foram despedidos trabalhadores


- O negócio é feito na base da honestidade total: o comprador sabe que a empresa tem um lucro fixo de $2,5 em cada peça que vende e tem de assumir o compromisso de respeitar regras de ética empresarial. Swami determina que só faz negócio com compradores que também apliquem a ética e moral no negócio; caso contrário, prefere não firmar contrato, mesmo que isso implique perder milhões de lucro.


- Swami vive uma vida simples, sem bens materiais (excepto um pc portátil e telemóvel). Portanto, nada de iates, moradias luxuosas, salários milionários, regalias sumptuosas ou quaisquer outras mordomias (cartão de crédito, automóveis, aviões, etc.).


Muitos cínicos do mundo empresarial ao conhecerem este exemplo certamente comentariam sobre a ingenuidade do homem; contudo, a sua empresa mantém-se com lucros, mesmo num mundo pejado de predadores empresariais insensíveis e desumanos.

Este exemplo devia ser esfregado na cara dos muitos empresários e administradores executivos das multinacionais e grandes grupos económicos, bem como na de todos os políticos, para refutar inequivocamente que as ideologias capitalistas que repetidamente tentam impor, são totalmente ineficazes na distribuição da riqueza.

Está aqui um exemplo do que devia ser o capitalismo: direccionado para o bem-estar de todos e não só de alguns.


Citações de Swami

- De cada vez que um jornalista vem ter comigo, a sua primeira pergunta é: Como pode ser um monge e CEO [administrador executivo, empresário]?

A minha resposta é sempre a mesma: quando alguém está apaixonado, está apaixonado po tempo todo. Não existe nenhum momento em que não esteja apaixonado. Desde o momento em que acorda de manhã até adormecer à noite depois de um dia de trabalho. Durante essas horas todas, quer tenha estado fisicamente ou não com a pessoa que ama, nunca cessou de estar apaixonado. No entanto, ele cumpriu as sua funções como amante, marido, amigo, esposa, filho ou filha, homem ou mulher, empregado ou administrador. Passa-se o mesmo comigo. Sou sempre um monge, um homem espiritual, (…) independentemente do que esteja a fazer…

- Despertar é muito mais do que uma crença. Podemos mudar a crença mas não podemos escapar do despertar. Despertar que sou tu…que a minha equipa de trabalhadores me fez compreender que a sua felicidade vem em primeiro lugar.

Que melhor recompensa que a felicidade dos nossos amigos da Fashions International quando eles recebem ordens boas ou um novo cliente ou quando eles recebem a sua parte do rendimento da empresa. Sim não só eles recebem o seu salário mensal e os benéficos sociais, como também recebem uma parte do rendimento da empresa, não lucro…rendimento.

O que é que maior rendimento pessoal iria trazer para mim? Mais vestes do que esta? Mais comida do que o meu estômago pode acomodar? Jóias? Não preciso de nada disso tal como não preciso de parecer rico…


Ver mais em:


http://www.colegiadodharmaparishad.com.br/Mentalidade%20empresarial%20da%20nova%20era.htm


http://www.nytimes.com/2004/12/04/business/worldbusiness/04iht-wbspot04_ed3_.html


http://news.bbc.co.uk/2/hi/south_asia/3094780.stm


http://www.bookofjoe.com/2004/12/ceo_of_the_year.html


http://ashejournal.com/index.php?id=11


http://chaisamosa.net/index.php/interview/20080512185/french-businessman-in-india-is-a-swami-against-the-tide/menu-id-384html


08/12/09

Degradação moral

Futebol
Treinador ordena golo na própria baliza
08-12-2009

Giuseppe Pillon é o homem do momento em Itália. O treinador do Ascoli, equipa da II divisão de Itália, ordenou que a sua equipa sofresse um golo depois de os seus jogadores terem marcado enquanto um dos adversários do Regina recebia assistência médica. O gesto de Pillon pode ser um exemplo de fair play para muitos desportistas, mas foi muito mal interpretado pelos adeptos do Ascoli, que já exigiram ao clube que abrisse um processo disciplinar ao treinador. O facto de a equipa estar no 19º lugar na série B também não ajuda a paciência dos sócios.

Esta atitude darwinista das sociedades é que vai ser a perdição das mesmas e a barreira eterna à implementação da harmonia social. Os valores éticos e morais são desprezados em nome do materialismo, com consequências ao nível da organização social, que tendencialmente se torna cruel.
Se as atitudes moralmente correctas são censuradas e reprimidas, então o que resta?

A onda obsessiva da avaliação

Parece que é a panaceia que vai resolver os males da Humanidade: avaliar. Uma herança da ideologia capitalista, que preconiza que a avaliação determina uma melhor produtividade e cumprimento das regras. Pela quantidade de fraudes concretizadas por elementos de topo dos grupos económicos, supostos avaliadores daqueles que trabalham para eles, nota-se a eficácia da avaliação…
Este instrumento é muitas vezes um método subrepticio de repressão do indivíduo, condicionando-o na sua liberdade e cidadania, com o objectivo de o domesticar e subjugar ao status quo vigente. A avaliação existe exactamente com este intuito, porque a natureza humana é fatalista, e infelizmente, aquilo que devia ter uma função formativa, á aplicada com uma função eminentemente repressiva e penalizadora.
A avaliação construtiva é aquela em que o individuo a busca voluntariamente como um ponto de referência à melhoria das suas capacidades e competências, das quais a comunidade onde se insere vai beneficiar. Contudo, a avaliação que tem sido implementada é com o objectivo de castigar em vez de formar…

A mentira

Vivemos na democracia. Esta é a grande mentira para toda uma geração que foi educada e criada no contexto cultural de um (suposto) regime democrático. Para a geração mais velha, não existe um choque cultural forte, porque já foi educada e criada num contexto de ditadura, pelo que se adaptaram a viver quotidianamente nesse ambiente. Para os outros, é um choque cultural verificarem que a praxis é oposta ao que se diz, pois o regime repressivo continua e recomenda-se. O anonimato, a clandestinidade, o sussurro receoso, ainda se utilizam para manifestar ideias ou opiniões. Quem não as utiliza, sofre com a represália económica ou financeira, com a ameaça velada, e é nesse momento que constata que afinal os métodos que considerava pertencendo à História, ainda subsistem, como se nunca tivessem sido extintos.

28/11/09

Inevitável

o confronto entre as classes sociais produzidas por um capitalismo corrupto...

Montras destruídas, carros incendiados e...

Violência de manifestantes anti-capitalismo em Genebra
por DN

Uma manifestação com milhares pessoas, que protestavam contra a Organização Mundial de Comércio, degenerou em distúrbios no centro de Genebra, na Suíça, com a destruição de montras de bancos, comércio de relógios e até cafés. Uma dezena de carros foi incendiada e houve confrontos com as autoridades.
A maioria dos manifestantes era pacífica, mas alguns tinham máscaras e estavam armados com bastões de madeira: foram destruindo as janelas das montras por onde passaram, dando preferência a bancos e lojas que comercializam relógios, dois dos principais produtos económicos pelos quais a Suíça é conhecida mundialmente. Também atingiram um hotel, diz o site Romandie News.
De acordo com o Le Temps, o cortejo dividiu-se em vários grupos e os mais violentos conseguiram semear o caos, ao mesmo tempo que a polícia anti-motim respondia com gás lacrimogéneo e detenções. Às 15:45 locais (menos uma hora em Lisboa), os protestos concentraram-se na zona baixa da cidade, perto do lago Genebra, e as autoridades continuaram a actuar, desta vez recorrendo também a balas de borracha.
Na principal avenida de comércio da cidade, que recebe uma conferência da OMT durante três dias, cerca de uma dezena de carros foi incendiada, diz o Le Temps.
Ao manifestantes protestaram essencialmente contra as políticas dos membros da OMT, que, segundo defenderam, destroem a agricultura do Terceiro Mundo (foram levados tractores para o protesto), estimulam a exploração laboral nos países desenvolvidos e aumentam o fosso entre ricos e pobres.
As alterações climáticas, que servem de mote à Conferência de Copenhaga, em Dezembro, e o acordo de Bolonha, que alterou o sistema de ensino superior na União Europeia, também foram visados pela manifestação, que juntou pessoas de vários quadrantes, como activistas anti-capitalismo, ecológicas, sindicados e estudantes.
O número de manifestantes apontado pela imprensa. O Romandie News fala em 2000 e o Le Temps aponta para cerca de 5000.
Se não ocorrerem mudanças no caminho que se está a percorrer, as gerações mais novas estão sujeitas a dois cenários: não existem pensões de reforma quando chegar a sua idade ou o valor das pensões é reduzido. Em função do rendimento médio da maioria da população portuguesa, não é dificil prever qual vai ser a sua qualidade de vida na 3ª idade...
Os sinais já existem e TODOS sem excepção vão envelhecer...

Idosos
40% vão depender do banco alimentar até morrer
por RITA CARVALHO

São os casos mais dramáticos, pois envolvem pessoas dependentes e sem recuperação. O fenómeno é urbano, antigo e, muitas vezes, está escondido.
Aos 83 anos, Casimiria da Piedade já perdeu a conta aos anos que recebe apoio do Banco Alimentar, pelo cabaz que todos os meses traz da Igreja de São Paulo, em Lisboa. Esta idosa é uma das cem mil pessoas que estarão dependentes da ajuda alimentar até ao final da vida. No total, os 17 bancos contra a fome, que hoje lançam mais uma campanha nos supermercados, ajudam 267 mil pessoas.
"Cerca de 40% das pessoas são idosos que, pela sua idade, deficiência ou limitação, nunca terão uma alternativa de vida e dependerão sempre do banco", explicou ao DN Isabel Jonet, responsável nacional do Banco Alimentar. Apesar de estar preocupada com os novos fenómenos de pobreza decorrentes do desemprego, Isabel Jonet diz que os idosos serão sempre os casos mais dramáticos, pois não têm expectativas de ver a sua situação melhorar.
Vivem sozinhos, com reformas baixas, e muitos não têm suporte familiar. Como Casimira da Piedade que, sem filhos nem netos, sobrevive dos "25 contos da pensão" e do pouco rendimento que tira do quarto que tem alugado em casa.

21/11/09

Oferta de escravatura


Os novos tempos no velho capitalismo...


20/11/09

A condição humana

http://clubedospensadores.blogspot.com/2009/11/vem-ai-o-natal.html

Este tópico levou-me à reflexão porque muitas vezes nos convencemos que só determinados pensamentos e sentimentos nos são exclusivos, mas às vezes verificamos que existem outros com a mesma forma de pensar e sentir. Uma das temáticas que me tem atormentado é o tipo de relações humanas que existem; ao fim de umas décadas conclui que as relações são de interesse e utilidade, em que cada humano intimamente se está a borrifar para os outros, exceptuando alguns (poucos) casos. Se cada um fizer o exercício simples de enumerar as pessoas em que confia plenamente e partilha verdadeiramente a sua intimidade, vai ficar surpreso com o número que obtém…
A realidade incontornável é que os humanos relacionam-se numa base de interesse e utilidade que o outro tem, mantendo-se indiferentes a tudo o que extrapole essa área. E nem mesmo os laços biológicos são suficientes para quebrar essa realidade, pois muitas vezes também o relacionamento se baseia numa teia de interesses pessoais.
Os humanos são intrinsecamente e eternamente solitários, e muito do que pensam e sentem jamais é percepcionado pelos outros, porque nem mesmo a comunicação oral e/ou escrita consegue reproduzir fielmente as emoções/sentimentos/pensamentos que continuamente perpassam no seu âmago.

09/11/09

Diagnóstico pungente e angustiante

Citação sic:
“Sabe o que eu receio? Sou português, gosto de viver aqui e tenho a expectativa de viver mais 40 anos. Gostava de viver mais 40 anos. E gostava de viver aqui esses últimos 40 anos da minha vida. Mais: gostava de envelhecer com as minhas filhas ao meu lado. E a sensação que eu tenho, é que por este caminho, facilmente os jovens vão perceber que não têm lugar em Portugal. Porquê? Porque hão-de ser sugados nos seus impostos para pagar um activo que vão ver que não vale a pena. Aquilo que pode acontecer a Portugal é o que aconteceu a muitas aldeias portuguesas, onde hoje o mais jovem pode ter 65 anos ou mais. E eu não gostava de morrer assim: só. Gostava de morrer com as minhas filhas.”
João Duque, professor no ISEG, debate no programa Plano Inclinado na SIC Noticias, aos 46:53 minutos

Citação sic:
“A historieta é muito rápida. Tive uma tia-avó que faleceu em 1980 e ela era salazarista.. E eu ás vezes perguntava-lhe assim com essa desfaçatez que um moço de 14 ou 15 anos tem. E ela dizia: sabes é que, na fase final da I República pagavam a pensão- o marido tinha morrido com uma doença de febre amarela, e tinha direito a uma pensão de que vivia- e pagavam quando havia dinheiro. E depois de Salazar vir para as Finanças, passaram a pagar-lhe a horas. Quer dizer, fez-se um salazarista por causa de falhas de pagamento. Isto é verdadeiro!”
Medina Carreira, advogado, debate no programa Plano Inclinado na SIC Noticias, aos 48.43 minutos

Citação sic:
“Um pormenor mais: isto durou mais ou menos uma hora, segundo os seus cálculos [de Medina Carreira] estamos a dever mais €2,5 milhões.”
Mário Crespo, final do programa


18/10/09

As caras do poder

Em todos os paises, com mais ou menos importância, existem grupos que têm o poder de governar. Normalmente são abstractos, sem cara, para o cidadão comum, mas eles existem e são materiais. Eis as caras que considero que detêm o poder no país:

- Sociedades de advogados,
- Forças Armadas,
- Forças de Segurança (policias),
- Magistratura,
- Juizes,
- Sistema financeiro (bancos, seguradoras),
- Politicos,
- Grupos económicos (energia, recursos hidricos, distribuição, agro-alimentar, matérias-primas).

A interacção promíscua entre todas estas entidades é que permite que uma minoria de individuos domine a maioria que para eles trabalha e sustenta.

07/10/09

Pessimismo?

Nos últimos dias, derivado dos acontecimentos quotidianos, concluí que a Humanidade atravessa uma encruzilhada, na qual não se sabe qual a direcção que vai tomar. Perante a crise económica grave, o espectro de uma pandemia de proporções dantescas, o horizonte sombrio de uma degradação ambiental apocalíptica, e a constatação nacional de um futuro catastrófico, talvez tenha chegado o momento de me preparar para a naturalidade das leis universais.
Espero sinceramente que o futuro do país (e do mundo) não descambe numa sul-americanização ou numa balcanização da sociedade, um cenário que nem mesmo Dante conseguiria descrever fielmente…

Muitos consideram esta reflexão pessimista.

Mas se:
- a ingovernabilidade resulta da exclusiva defesa dos interesses pessoais e/ou partidários e/ou elitistas de quem está no poder e um maioria absoluta conduz a derivas autoritárias ditatoriais, como se pode ser politicamente optimista?
- os dados estatiticos do estado do planeta não mentem com aumento contínuo da população mundial e consequente aumento dos recursos naturais versus poluição, usando matemática de merceeiro, e sabendo que os recursos naturais são finitos, como se pode ser ambientalemnete optimista?

Então afirma-se: é tempo de encontrar soluções. Mas estas já existem há muito tempo e são tão simples que até é ininteligivel como não são aplicadas: honestidade, solidariedade, caridade, humildade, compaixão, sobriedade, assertividade, simplicidade, fraternidade, respeito, coerência, empatia...
Talvez a condição humana seja uma couraça demasiado forte para permitir que as soluções sejam implementadas...

16/08/09

Passividade

Na minha deambulação metafísica, por vezes surge a falta de esperança, o cepticismo, sobre a possibilidade de qualquer mudança na Humanidade. O culto individualista e egocêntrico na espécie humana é visceral, límbico, de modo que parece que jamais será eliminado. Assim, a injustiça, a opressão, a repressão, a ausência de liberdade, serão comportamentos que persistirão no tempo. Contudo, numa manhã de domingo fresca do mês de Agosto, nessa deambulação, liguei a TV na RTP1 e estava a transmitir uma homilia proferida na Igreja de Santa Beatriz da Silva, em Marvila, Lisboa, por um sacerdote que era apresentador de programas na televisão (do qual não me recordo o nome). O que me despertou a atenção foi o discurso invulgar no seio da hierarquia da Igreja Católica, que infelizmente tem sido muito pouco interventiva com a sua doutrina social. O sacerdote mostrava a sua indignação pela passividade dos cristãos perante a injustiça e a falta de liberdade e apontava vários interlocutores que contribuíam para essa passividade, entre os quais a comunicação social. Em relação a esta afirmava que o seu contributo passava pela “programação que alheava e anestesiava os espectadores, com o objectivo de vender muito” ou “pelos que mandam, que controlando esses meios os impedem de mostrar o mundo real”. Mostrou indignação pela indiferença perante “a mentira, a aldrabice” que inunda a vida quotidiana dos cidadãos e alertou que a comunhão eucarística era um contrato assinado que obrigava o cristão a aplicar no seu quotidiano a luta pelos valores humanos.
Este discurso aplica-se não só aos cristãos mas a todos os cidadãos que professem ou não uma fé religiosa; é mais fácil e menos sofredor ignorar a injustiça desde que ela não esteja no nosso lar. Não ignorar implica agir e aqui o medo é um poderoso dissuasor porque o receio egocêntrico de perder o seu bem-estar sobrepõe-se à luta pela justiça do bem-estar de todos. O problema é que sendo o Homem um ser social tem de viver em comunidade; se parte dessa comunidade vive sob o sofrimento da injustiça social afectará inevitavelmente a outra parte, e toda a comunidade será atingida. Milhões de seres humanos persistem em viver nesta ignorância, pensando ilusoriamente por influência de doutrinas filosóficas egocêntricas, que cada um por si será suficiente para se viver harmoniosamente. Quando observamos o que se passa por esse mundo fora, confrontamo-nos com essa ilusão...
Estou convicto que só as atrocidades da guerra e/ou a violência social é que despertam do marasmo os humanos com poder para promover alterações; ironicamente, é o sofrimento induzido por comportamentos anti-sociais que promovem a mudança...

05/07/09

Quo vadis

Há pouco tempo assisti a um colóquio sobre eutanásia, em que os oradores eram um juiz conselheiro do supremo tribunal de justiça e o dr. Pinto da Costa (especialista em medicina forense). O assunto versava a morte desejada pelo indivíduo que se considerava numa situação de insustentável qualidade de vida. Conhecendo o provérbio “há duas certezas na vida: pagar impostos e morrer”, o assunto revelava-se crucial e fundamental para o ser humano.
A grande diferença entre o ser humano e as outras espécies é que tem uma autoconsciencia da sua mortalidade, o que indicia uma certa crueldade para a nossa espécie. A (aparente) ausência de consciência da mortalidade por parte das outras espécies, coloca-as num plano metafísica mais confortável que a espécie humana. Esta finitude da vida levanta a eterna questão do sentido da vida: qual o objectivo de viver se sabemos que vai inevitavelmente existir um fim, independentemente do que se faça ou não? Qual o motivo da nossa existência na Terra se vamos desaparecer a prazo?
Provavelmente, 98% dos humanos criou mecanismos psicológicos para lidar com esta questão que atormenta a humanidade desde os seus primórdios racionais; esses mecanismos conduzem à alienação e ignorância voluntária da existência desse enigma angustiante. Normalmente, materializam objectivos que absorvem o seu ego filosófico e o adormecem, tais como obter sucesso profissional, o emprego, a aquisição sucessiva de bens materiais (automóvel, casa, vestuário, gadgets electrónicos, etc.), numa escalada progressivamente mais onerosa. O mesmo efeito produz o álcool e as drogas no alcoólico e no toxicodependente, respectivamente: alienam do sofrimento psicológico que cada um padece, anestesiando-o.
Assim, para os restantes 2%, o quotidiano tem uma perspectiva atroz: muito do que se faz parece inútil perante a evidência do fim. Um faraó com este dilema metafísico questionava o seu conselheiro se por acaso a morte trataria de modo diferente o faraó do seu escravo…
Já foram emitidas várias reportagens de pessoas em condições físicas muito debilitantes, como por exemplo tetraplégicas, que mostravam uma resiliência em viver naquelas condições. Existe uma certa falácia nesta abordagem: essas pessoas livraram-se involuntariamente do estúpido quotidiano que viviam, de ter um emprego, um salário, pagar as despesas, resolver os problemas diários. Nessas condições, e vivendo num pais civilizado, têm assegurado por parte da sociedade na pessoa do Estado, o sustento que necessitam para se manterem vivas, concentrando desse modo todas as energias em se manterem vivos. O individuo normal, sem emprego e sem recursos, não possui esse apoio, vivendo num sofrimento tão intenso como aquele em que essas pessoas vivem. Em ambos os casos não são condições normais de vida, e por isso, será que a eutanásia não seria válida para uns e outros que o desejassem? Uma tetraplégica afirmava peremptoriamente que se ficasse no estado vegetativo que não queria manter as funções vitais; será que um sem abrigo permanente, vivendo na rua e dos seus restos durante anos, não é uma forma vegetativa de viver?
Biologicamente, a vida e a morte têm sentido: o objectivo de cada individuo é manter-se vivo o tempo suficiente para que contribua para a perpetuação da espécie. A morte tem uma justificação para existir, permitindo criar um espaço ecológico para outro indivíduo; não criando esse espaço, a espécie poderia se extinguir por falta de recursos naturais que sustentassem todos. Portanto, o sexo é o objectivo final de cada indivíduo da sua espécie. Nesta perspectiva, a mortalidade tem uma justificação racional aceitável; contudo, a individualidade torna-se banal e inexistente, porque o que interessa é a manutenção da espécie como entidade colectiva e não a manutenção do indivíduo.
Para alguns, os indivíduos que questionam o sentido da vida, padecem de depressão ou são sintomas disso; porque será uma patologia questionar o evidente e disso se sentir angustiado por não conseguir encontrar resposta racional? A religião foi a resposta racional encontrada pela Humanidade. Analisando as várias religiões, de forma implícita ou explícita, todas elas se referem a uma imortalidade não terrena, revelando subrepticiamente que a morte física continua como uma questão insondável e destruidora do sentido da vida. A própria religião responde que esta vida física terrena tem sentido porque é uma passagem para a outra imortal; de outro modo, o seu sentido é difícil de o conhecer. Por isso, alguns humanos considerados excepcionais, dedicaram a sua vida na busca das respostas a estas questões milenares, tendo proposto métodos que conduziriam ao encontro das soluções. Tudo indica que eles as encontraram mas cada um de nós só terá a certeza quando a morte acontecer; até lá trilhamos os vários caminhos que existem que nos permite lidar com a eterna questão que nenhuma ciência respondeu. E se no patamar da ciência ainda acrescentarmos à equação insolúvel que muito ainda é cientificamente desconhecido no momento da morte, então encontrar a solução da equação torna-se colossal…!
“A morte é certa; a sua hora é incerta” era uma inscrição latina num mostrador de um relógio; esta única certeza deveria ter conseguido abrir as portas da percepção da Humanidade para que permitisse a entrada na mente de cada ser humano, dos sentimentos abnegados que cada um pode exprimir, e deste modo a relação interpessoal nesta vida terrena fosse propiciadora de um ambiente sereno que proporcionasse uma forma saudável de suportar as inquietudes da mortalidade…



02/07/09

Construção das sociedades séc.XXI

Prisões são "armazéns" de pobres
02.07.2009, Ana Cristina Pereira - Público

Professor da Universidade da Califórnia abriu V Conferência Latina de Redução de Riscos
Bernard Madoff, o administrador de uma sociedade de investimento condenado a 150 anos de prisão por um tribunal de Nova Iorque, "é uma excepção". As cadeias americanas estão cheias de pobres, clarificou ontem, no Porto, o sociólogo francês Loïc Wacquant, na abertura da V Conferência Latina de Redução de Riscos.
"Estamos na era pós-industrial", começou por explicar o professor da Universidade da Califórnia. Para trás vai ficando o "Estado de bem-estar social, com uma certa protecção que depende de um trabalho estável, assalariado". Nas sociedades avançadas, como os EUA ou a França, nos últimos 30 anos, disparou o número de reclusos. Isso "faz parte de uma reestruturação mais alargada relacionada com o desaparecimento (até Setembro último) do Estado económico; a transformação do Estado-providência em Estado disciplinador, que vigia os pobres; o crescimento das polícias, dos tribunais, das prisões". Para Loïc Wacquant, as prisões convertem-se em "armazéns de pessoas que não conseguem emprego", como toxicodependentes, doentes mentais. Têm "também por função disciplinar a classe trabalhadora reticente face aos novos empregos precários". Por todo o lado, o sociólogo vê transformar a luta contra o crime num espectáculo moral para reafirmar a autoridade do Estado. Políticas como a tolerância zero não levam a menos crise, avisou. Não geram emprego, educação, apoio social: "Políticas como a tolerância zero conduzem ao estado penal". O orador descreveu uma figura disforme: um estado com "uma cabeça liberal e um corpo autoritário". "As políticas neoliberais constroem estados liberais, laissez faire, laissez passer, no topo; e punitivos na base, vigilantes, autoritários, quando se trata de lidar com as consequências do laissez faire, laissez passer", defendeu. Seis em cada dez presos dos EUA são negros e hispânicos, apesar de estes dois grupos juntos representarem apenas 20 por cento da população, exemplificou. Metade não tinha terminado o ensino secundário ao ser detido, apesar de apenas 12 por cento do total dos residentes nos EUA não terem completado esse grau de ensino.

Retrato social do país

http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1288348

Este relato demonstra que:

-há uma gradual degradação social do país
- a formação académica superior já não tem relevância na obtenção de emprego
- a geração mais jovem vai ter um estilo de vida grotesco e inexplicável
- existe uma geração de empresários sem consciência social e predadores económicos, em que exploram até não sobrar mais nada
- há falta de perspectivas laborais no país para as gerações vindouras
- vai existir uma enorme geração de idosos em condições precárias
-o individualismo competitivo será o mote quotidiano dos individuos
- a lenta e inexorável concentração em grandes cidadades, onde se disponibilizam os serviços que estão a ser extintos no interior do país
- a inevitável sul-americanização ou balcanização do país, com as instituições públicas em colapso e corruptas, e a criminalidade a estabelecer as regras de funcionamento da sociedade
- ninguém (excepto as elites governantes) tem assegurada uma vida economicamente confortável, estando sempre com a espada de Damôcles da pobreza permanentemente sobre as suas cabeças

01/07/09

Politica lucrativa



Têm os dois ar de sonso mas são o exemplo concreto de que a politica é tão lucrativa como os conselhos de administração das grandes empresas, contrariamente à ideia feita de que não compensa ser político. Criaram a famosa fundação rodoviária, de objectivos obscuros mas explicitamente financiada pelo orçamento de estado, e por causa disso foram demitidos. Contudo, ambos asseguraram lugares dourados e principescamente remunerados, fruto da sua colocação governativa. Um antigo funcionário bancário que virou administrador por obra e graça da licenciatura fax da universidade independente e outro ocupa um posto de administração no instituto do turismo acumulando com outro na TAP. Ora aqui estão caras do clientelismo, compadrio e tráfico de influências…


24/06/09

O estigma do serviço público

Três unidades de saúde

Hospitais privados discriminam utentes da ADSE

DN

De acordo com a Entidade Reguladora da Saúde (ERS), foram discriminados utentes da ADSE em hospitais privados.

De acordo com o jornal Público, os hospitais davam prioridade a doentes não agregados a este subsistema para atender os beneficiários da ADSE meses mais tarde. Segundo as fontes citadas pelo jornal estarão em causa o Hospital da Luz (Lisboa), Hospital da Arrábida (Gaia) e a Clínica da CUF Belém (Lisboa).

A ERS terá agido depois de ter recebido queixas, emitindo instruções contra estas três unidades por não respeitarem a ordem de chegada dos doentes às mesmas.

Graças ao actual governo socialista, ser trabalhador do Estado é como ostentar a cruz de David no tempo dos nazis. Revelou-se um estigma, um alvo de escárnio e mal-dizer. Será que também vai haver uma 'solução final' para os funcionários públicos?

12/06/09

A roda da Vida

Uma mulher italiana que perdeu o voo 447 da Air France, no dia 31 de Maio, morreu num acidente de viação, de acordo com uma noticia da Agência ANSA.

Johanna Ganthaler, a viver a reforma no sul de Itália, e o seu marido estavam de férias no Brasil. No regresso a casa perderam o avião por se terem atrasado. Agora, o casal alugou um carro em Munique, na Alemanha e decidiu conduzir até Itália. No caminho, na Áustria, colidiram com um camião. A mulher morreu no hospital. O homem encontra-se em estado crítico.

A roda da vida: nunca se sabe quando pára...

Uma decisão, uma hesitação, um atraso, um adiantamento, são acções que sobrelevam o mistério do sentido da vida, porque nunca se sabe se significam o fim...

11/06/09

É abjecto!

Cristiano Ronaldo vai jogar no Real Madrid, anunciou o Manchester United. É a transferência mais cara da história do futebol: 93 milhões de euros. Público
Como é possivel no contexto actual um clube de futebol ter este dinheiro, sabendo que as receitas dos espectadores ou do merchadinsing não são suficientes?
É evidente que só a lavagem de dinheiro permite estas quantias. E nenhum Estado reage a este descaramento!...
É imoral, abjecto, ignóbil, as quantias de dinheiro que circulam no futebol tendo em consideração a desigual distribuição de riqueza geradora de pobreza que grassa pelo mundo fora.
Por estas e por outras, a espécie humana não merece existir neste planeta e se fosse noutros tempos, ia considerar a pandemia da gripe o justo castigo de Deus sobre a humanidade...

10/06/09

Dia de Portugal

Segundo os documentos da época, Hitler teve intenções de invadir Portugal. Um dos motivos que apresentava é que considerava o pais uma “aberração geográfica”. Na realidade, é um argumento pertinente porque é um território que está confinado pelo oceano, tem uma área geográfica reduzida, o que implica inexistência de recursos naturais que permitam a sustentabilidade da população. Neste contexto, é incompreensível como o país manteve a soberania do território durante estes séculos. Em parte explica-se por demérito de Espanha, que durante muito tempo era um país fragilizado devido à desunião territorial. Na fase em que Espanha esteve unida como um pais coeso (época dos Filipes), invadiu e dominou Portugal, integrando-o como uma província espanhola. E manteve-se durante 60 anos, momento em que Espanha enfraqueceu com a guerra com França. Por outro lado, o domínio territorial de África, Índia e Brasil proporcionou os recursos naturais à sustentabilidade do país. A partir de 1974, quando se perdeu tudo, foi po descalabro. Portanto, Hitler fez uma análise correcta: este pais não tem hipótese de se sustentar, devido á raiz cultural do povo, eminentemente corrupta.
Retirem as tetas europeias, e regressamos ao período de 1974-1986, um país no pântano sócio-economico idêntico a qualquer outro do 3º mundo…

Os salários escondidos dos politicos

Salários milionários
Antigos ministros ganham fortunas

Jorge Coelho, Fernando Gomes, Dias Loureiro ou Armando Vara são apenas alguns dos ex-políticos apontados por passarem a ganhar fortunas depois de saírem do Governo, noticia o 24Horas

Segundo o 24Horas, outro caso de sucesso na vida pós-política é o de Jorge Coelho, antigo ministro de Estado de Guterres, que decidiu enveredar pela carreira de gestor, em Maio do ano passado quando tomou posse como vice-presidente do conselho de administração da Mota-Engil. Enquanto esteve no Governo ganhava 160 mil euros por ano, agora ganha mais de 300 mil.
Armando Vara, na sua passagem pelo Governo de António Guterres, ganhava 100 mil euros por ano, mas foi quando abandonou o seu cargo político que viu a sua vida financeira prosperar. Armando Vara começou a sua carreira profissional como simples empregado de balcão, na Caixa Geral de Depósitos, mas, depois como administrador, o ex-ministro passou a ganhar cerca de 240 mil euros por ano.
De todos os políticos que abdicaram do serviço público em prol de cargos em grandes empresas, Fernando Gomes é daqueles que mais sucesso alcançou. Em dez anos, o antigo presidente da Câmara Municipal do Porto e actual administrador da GALP, passou de 45 mil euros anuais para uma remuneração de mais de 700 mil. SOL

Fica comprovado que o tema dos salários dos políticos é uma falácia porque todos eles sabem que, pelo simples facto de ocuparem cargos superiores no Estado, são sobrevalorizados pelo sector privado, que procura avidamente por estes indivíduos. Essa procura baseia-se no acesso a informações privilegiadas e confidenciais que esses políticos têm no exercício do cargo que posteriormente podem ser usadas em benefício do grupo económico para o qual foram contratados.

09/06/09

A estupidez humana

Apesar da actual crise económica, as despesas militares mundiais alcançaram um recorde de 1,4 biliões (milhões de milhões) de dólares em 2008
"As guerras no Afeganistão e no Iraque já custaram mais de 903 mil milhões de dólares aos EUA", revelou Sam Perlo-Freeman, responsável pelo projecto sobre Gastos Militares no SIPRI, citado pela Reuters. Público

Se o ser humano fosse verdadeiramente altruísta e não intrinsecamente maléfico, imagine-se a qualidade de vida que existiria neste planeta…

Ganhou a revolta

A indignação e a revolta expressas na percentagem de abstenção é que são as vencedoras.
Com politicos moralmente e economicamente corruptos, tipo o avô cantigas, a velhinha estrela e outros que tais, atingiu-se o ponto de saturação.
Mas mais uma vez, eles vão ser autistas porque no fundo alcançaram o que queriam: o tacho luxuoso na europa e o resto são tretas...

03/06/09

É vital que não se repita

Há 80 anos atrás, em 1929, aconteceu o que hoje se denomina a Grande Depressão. Tal como actualmente, o sistema financeiro bolsista colapsou, lançando uma onda de falências a nível mundial que provocou milhões de desempregados. Nos EUA, as ruas e estradas encheram-se com milhares de pessoas procurando emprego. Defendo a tese que a Depressão durou 10 anos, dando origem à II Guerra Mundial; os povos desesperados, com corpos que apareciam nas ruas vitimas da fome, elegeram ditadores em vários países. A Alemanha foi um deles, e um país considerado culturalmente e tecnologicamente evoluído, conduziu o mundo à barbárie. O desespero leva o ser humano aos actos mais ignóbeis, e os campos de concentração alemães são o exemplo até que ponto pode ir a frustração humana.

A contestação que tem ocorrido nos últimos tempos é a reacção de todos aqueles que não querem que se repita o que aconteceu à 80 anos, com uma consequente III guerra mundial, porque esta fará o inferno parecer o jardim do éden...




31/05/09

Boicotar

A manif de sábado continua a ser relevante, independentemente de serem mais ou menos que as outras. É garantido que foram mais que as que nunca foram feitas antes de 2005.
Só um inculto político é que acredita no Pinócrates quando este afirma que os professores são instrumentalizados pelos partidos.
E agora?
A luta tem de passar para dentro da escola. Boicotar é a palavra de ordem. Verifico que os dirigentes políticos não têm pejo em desprezar o rigor e a competência para atingir os seus fins mas os subordinados chegam a ser mais zelosos. Verifico que muitos professores têm a preocupação de cumprir zelosamente mesmo que não concordem, o que é ridículo face aquilo que os seus superiores hierárquicos fazem.
Em vez de boicotarem a avaliação, vejo os avaliadores preocupados em preencher a grelha, dissecando o que se fez e não se fez. Não há hipótese! Quando são os atingidos a aplicar este zelo, qualquer lei pode ser publicada por muito estúpida que seja.
O ME não tem a mínima hipótese de controlar todas as escolas; o seu sistema baseia-se na denúncia, que infelizmente se revela várias vezes eficaz devido à mesquinhez de muitas pessoas.
De outro modo, que raio de vida vamos ter? Quem se vai sentir realizado a trabalhar num ambiente paranóico em que não sabe em quem confiar?
Queremos viver ou sobreviver?

O que todos já sabiam

Fiquei espantado ser o jornal Público a escrevê-lo de forma tão explicita (obviamente que também se aplica aos deputados nacionais...):

Como é que se distinguem os bons eurodeputados dos maus? Os maus, que os há, e não são poucos, são fáceis de definir e incluem os ausentes crónicos, os que se limitam a fazer figura de corpo presente e os que só entram nas salas das reuniões por breves minutos para assinar o livro de presenças de modo a obter o complemento salarial confortável resultante do reembolso das elevadas ajudas de custo e das despesas de viagem.São os deputados-"fantasma" que não têm qualquer peso no trabalho parlamentar. Mesmo quando participam numa ou noutra votação, não têm a menor ideia do que está em causa, limitando-se a seguir as indicações do coordenador de bancada para cada tema ou as listas de voto detalhadas fornecidas pelo secretariado do respectivo grupo parlamentar.