28/11/09

Inevitável

o confronto entre as classes sociais produzidas por um capitalismo corrupto...

Montras destruídas, carros incendiados e...

Violência de manifestantes anti-capitalismo em Genebra
por DN

Uma manifestação com milhares pessoas, que protestavam contra a Organização Mundial de Comércio, degenerou em distúrbios no centro de Genebra, na Suíça, com a destruição de montras de bancos, comércio de relógios e até cafés. Uma dezena de carros foi incendiada e houve confrontos com as autoridades.
A maioria dos manifestantes era pacífica, mas alguns tinham máscaras e estavam armados com bastões de madeira: foram destruindo as janelas das montras por onde passaram, dando preferência a bancos e lojas que comercializam relógios, dois dos principais produtos económicos pelos quais a Suíça é conhecida mundialmente. Também atingiram um hotel, diz o site Romandie News.
De acordo com o Le Temps, o cortejo dividiu-se em vários grupos e os mais violentos conseguiram semear o caos, ao mesmo tempo que a polícia anti-motim respondia com gás lacrimogéneo e detenções. Às 15:45 locais (menos uma hora em Lisboa), os protestos concentraram-se na zona baixa da cidade, perto do lago Genebra, e as autoridades continuaram a actuar, desta vez recorrendo também a balas de borracha.
Na principal avenida de comércio da cidade, que recebe uma conferência da OMT durante três dias, cerca de uma dezena de carros foi incendiada, diz o Le Temps.
Ao manifestantes protestaram essencialmente contra as políticas dos membros da OMT, que, segundo defenderam, destroem a agricultura do Terceiro Mundo (foram levados tractores para o protesto), estimulam a exploração laboral nos países desenvolvidos e aumentam o fosso entre ricos e pobres.
As alterações climáticas, que servem de mote à Conferência de Copenhaga, em Dezembro, e o acordo de Bolonha, que alterou o sistema de ensino superior na União Europeia, também foram visados pela manifestação, que juntou pessoas de vários quadrantes, como activistas anti-capitalismo, ecológicas, sindicados e estudantes.
O número de manifestantes apontado pela imprensa. O Romandie News fala em 2000 e o Le Temps aponta para cerca de 5000.
Se não ocorrerem mudanças no caminho que se está a percorrer, as gerações mais novas estão sujeitas a dois cenários: não existem pensões de reforma quando chegar a sua idade ou o valor das pensões é reduzido. Em função do rendimento médio da maioria da população portuguesa, não é dificil prever qual vai ser a sua qualidade de vida na 3ª idade...
Os sinais já existem e TODOS sem excepção vão envelhecer...

Idosos
40% vão depender do banco alimentar até morrer
por RITA CARVALHO

São os casos mais dramáticos, pois envolvem pessoas dependentes e sem recuperação. O fenómeno é urbano, antigo e, muitas vezes, está escondido.
Aos 83 anos, Casimiria da Piedade já perdeu a conta aos anos que recebe apoio do Banco Alimentar, pelo cabaz que todos os meses traz da Igreja de São Paulo, em Lisboa. Esta idosa é uma das cem mil pessoas que estarão dependentes da ajuda alimentar até ao final da vida. No total, os 17 bancos contra a fome, que hoje lançam mais uma campanha nos supermercados, ajudam 267 mil pessoas.
"Cerca de 40% das pessoas são idosos que, pela sua idade, deficiência ou limitação, nunca terão uma alternativa de vida e dependerão sempre do banco", explicou ao DN Isabel Jonet, responsável nacional do Banco Alimentar. Apesar de estar preocupada com os novos fenómenos de pobreza decorrentes do desemprego, Isabel Jonet diz que os idosos serão sempre os casos mais dramáticos, pois não têm expectativas de ver a sua situação melhorar.
Vivem sozinhos, com reformas baixas, e muitos não têm suporte familiar. Como Casimira da Piedade que, sem filhos nem netos, sobrevive dos "25 contos da pensão" e do pouco rendimento que tira do quarto que tem alugado em casa.

21/11/09

Oferta de escravatura


Os novos tempos no velho capitalismo...


20/11/09

A condição humana

http://clubedospensadores.blogspot.com/2009/11/vem-ai-o-natal.html

Este tópico levou-me à reflexão porque muitas vezes nos convencemos que só determinados pensamentos e sentimentos nos são exclusivos, mas às vezes verificamos que existem outros com a mesma forma de pensar e sentir. Uma das temáticas que me tem atormentado é o tipo de relações humanas que existem; ao fim de umas décadas conclui que as relações são de interesse e utilidade, em que cada humano intimamente se está a borrifar para os outros, exceptuando alguns (poucos) casos. Se cada um fizer o exercício simples de enumerar as pessoas em que confia plenamente e partilha verdadeiramente a sua intimidade, vai ficar surpreso com o número que obtém…
A realidade incontornável é que os humanos relacionam-se numa base de interesse e utilidade que o outro tem, mantendo-se indiferentes a tudo o que extrapole essa área. E nem mesmo os laços biológicos são suficientes para quebrar essa realidade, pois muitas vezes também o relacionamento se baseia numa teia de interesses pessoais.
Os humanos são intrinsecamente e eternamente solitários, e muito do que pensam e sentem jamais é percepcionado pelos outros, porque nem mesmo a comunicação oral e/ou escrita consegue reproduzir fielmente as emoções/sentimentos/pensamentos que continuamente perpassam no seu âmago.

09/11/09

Diagnóstico pungente e angustiante

Citação sic:
“Sabe o que eu receio? Sou português, gosto de viver aqui e tenho a expectativa de viver mais 40 anos. Gostava de viver mais 40 anos. E gostava de viver aqui esses últimos 40 anos da minha vida. Mais: gostava de envelhecer com as minhas filhas ao meu lado. E a sensação que eu tenho, é que por este caminho, facilmente os jovens vão perceber que não têm lugar em Portugal. Porquê? Porque hão-de ser sugados nos seus impostos para pagar um activo que vão ver que não vale a pena. Aquilo que pode acontecer a Portugal é o que aconteceu a muitas aldeias portuguesas, onde hoje o mais jovem pode ter 65 anos ou mais. E eu não gostava de morrer assim: só. Gostava de morrer com as minhas filhas.”
João Duque, professor no ISEG, debate no programa Plano Inclinado na SIC Noticias, aos 46:53 minutos

Citação sic:
“A historieta é muito rápida. Tive uma tia-avó que faleceu em 1980 e ela era salazarista.. E eu ás vezes perguntava-lhe assim com essa desfaçatez que um moço de 14 ou 15 anos tem. E ela dizia: sabes é que, na fase final da I República pagavam a pensão- o marido tinha morrido com uma doença de febre amarela, e tinha direito a uma pensão de que vivia- e pagavam quando havia dinheiro. E depois de Salazar vir para as Finanças, passaram a pagar-lhe a horas. Quer dizer, fez-se um salazarista por causa de falhas de pagamento. Isto é verdadeiro!”
Medina Carreira, advogado, debate no programa Plano Inclinado na SIC Noticias, aos 48.43 minutos

Citação sic:
“Um pormenor mais: isto durou mais ou menos uma hora, segundo os seus cálculos [de Medina Carreira] estamos a dever mais €2,5 milhões.”
Mário Crespo, final do programa