29/04/11

Uma lição democrática

Resumo do artigo da revista Visão de 29/04, pág. 66:

Na Islândia, a população manifestou-se na rua de tal modo que conseguiu demitir o governo e criar um grupo de cidadãos comuns eleitos pelo povo para reescrever a constituição. Nesse grupo estão incluídas várias áreas profissionais: pescadores, agricultores, professores, funcionários públicos…

Neste grupo foi criada uma comissão especial de inquérito para averiguar sobre as causas da crise financeira islandesa, constituída por 6 elementos: 3 especialistas em ética, 2 advogados e 1 economista. A comissão redigiu um relatório de 2400 páginas, escrito entre Janeiro de 2009 e Março de 2010, onde denunciou todas as acções fraudulentas dos políticos e banqueiros. O relatório foi divulgado ao público, lido por actores e transmitido na rádio. Deste relatório resultou a detenção e arrestamento dos bens dos banqueiros que dominavam o sistema financeiro do país, e o julgamento do ex-primeiro-ministro, acusado de incompetência e má gestão. No auge da ‘revolução das frigideiras’ (denominada assim porque os islandeses foram para a rua bater em frigideiras), houve quem passasse à acção directa: o carro do PM foi apedrejado, os banqueiros foram atingidos com ovos e as suas casas pintadas de vermelho.

Factos mais relevantes:

- na comissão especial a maioria dos elementos é especialista em ética!...

- banqueiros e políticos estão a ser pessoalmente responsabilizados.

- os cidadãos actuaram e exigiram tomar as rédeas do país.

Conclusão: os portugueses são uns totós…!

25/04/11

A geração sanduíche

A geração de indivíduos que pertencem à faixa etária dos 40-50 anos. A designação justifica-se porque estes indivíduos são pais da geração à rasca e filhos da geração baby-boom. Neste contexto, são estes cidadãos que vão ter de sustentar os filhos e os avós, porque ambos não possuem a capacidade económica para serem independentes e viverem com apoio, respectivamente.

Quando esta geração chegar à terceira idade estará completamente por sua conta e risco, porque os filhos estão incapazes e os pais já morreram…

15/04/11

New York Times critica FMI e UE

O jornal norte-americano considera que a estratégia do FMI e UE só prejudica ainda mais a recuperação económica de Portugal:

http://www.nytimes.com/2011/04/15/opinion/15fri2.html?_r=1&partner=rssnyt&emc=rss

13/04/11

A desmistificação do 25 de Abril de 1974

Nunca tive ilusões sobre a versão idilica que a história apresenta sobre o 25 de Abril. Há muito tempo que sabia que o motivo que despoletou o processo foi corporativo. Por isso, é interessante ler um dos principais protagonistas a assumir isso explicitamente:

"Os militares pertencem à classe burguesa, estão bem, estão bem instalados, têm o seu vencimento, vão para fora e ganham ajudas de custo, são voluntários e os que estão reformados ainda não viram a sua reforma diminuída". Mas a situação pode mudar, na perspectiva deste obreiro da "revolução dos cravos", para quem "a coisa começará a apertar, no dia em que os militares perderem os seus direitos".

"Se isso acontecer", sublinhou, "é possível que se criem as tais condições necessárias para que haja um novo 25 de Abril".

Otelo Saraiva de Carvalho lembrou que o movimento dos capitães iniciou-se precisamente por "razões corporativistas", nomeadamente quando "os militares de carreira viram-se de repente ultrapassados nas suas promoções por antigos milicianos que, através de um decreto-lei de um governo desesperado por não ter mais capitães para mandar para a guerra colonial, permite a entrada desses antigos milicianos".

"Esses capitães são rapidamente promovidos a majores e ultrapassam os capitães que estavam a dar no duro e tinham quatro anos de curso", adiantou. Otelo lembra que, "quando tocam nos interesses da oficialidade, ela começa a reagir. Há 37 anos, essa reação foi o movimento de capitães", que culminou no derrube de um regime com 48 anos.

Este "capitão de abril" chama a atenção para a mudança de circunstâncias que se registou nos últimos 37 anos, nomeadamente o facto das forças armadas ao nível das praças , soldados, cabos e sargentos, serem hoje voluntários. "Se a esta gente voluntária cortarem direitos adquiridos, então o caldo está entornado", avisou. DN

12/04/11

Uma lição de economia para leigos

Uma palestra excelente do professor Richard Wolff sobre as verdadeiras causas da crise financeira, que desmitifica muitos conceitos que comentadores económicos insistentemente declamam nos meios de comunicação social.

Resumo:



Versão completa (com debate):




Site do professor: http://www.rdwolff.com/

Comentário do professor sobre a demissão do PM português:

http://www.rdwolff.com/content/wolff-responds-portugal-pm-resignation
(clicar no botão Free Speech News Radio Interview)

10/04/11

Posição eleitoral

Existem 2 alternativas:

1- votar segundo o modelo que tem vigorado, em que a abstenção é maioritária.

2- abstenção total (o que é utópico, porque no mínimo os militantes dos partidos votavam sempre)

Proponho uma 3ª alternativa para servir de protesto:

3- NÃO VOTAR NO PS OU PSD (os partidos que sempre estiveram no poder e que descaradamente assumem que um ou outro ganha sempre).

Ida massiva às urnas, em que os votos seriam distribuídos por todos os outros partidos que existem; seria a melhor bofetada que a população daria a esses politiqueiros.

Conhecer obrigatoriamente

http://www.sonyclassics.com/insidejob/site/

Página na internet sobre o documentário que ganhou o Óscar : A verdade da crise (Inside Job). Aconselho fortemente a consultar no menu lateral direito os separadores:

- The events (história económica que conduziu à actualidade)

- Those who declined interviews (personagens que recusaram esclarecer os factos. Por exemplo, o secretário de estado do tesouro Henry Paulson, que era CEO da Goldman Sachs, e que colaborou vergonhosamente nesta fraude, ao ser um acérrimo opositor à regulação das empresas financeiras e bancos. A promiscuidade entre o mundo empresarial e a politica.)

- The jargon (um glossário para ajudar os leigos a compreenderem os bizarros instrumentos financeiros inventados para se obter lucro rápido e fácil. Saliente-se a utilização dos conceitos da Física e da Matemática pura para criarem esses instrumentos financeiros, nomeadamente uma área de investigação denominada econofisica, onde existem teses de doutoramento publicadas em Portugal).

- Crime and punishement in Wall Street (cronologia histórica das fraudes cometidas pelos responsáveis da crise actual).