28/12/08

Qualificações para quê?

Aos 32 anos, sofre de um mestrado e está quase a apanhar um doutoramento. Factores nada favoráveis ao mercado de trabalho, descobriu Susana Alarico, investigadora em Coimbra. "Arriscou" constituir família e ainda não recuperou do susto. Uma série a partir de hoje no P2, com portugueses em vários pontos do país a olhar a crise. Por Graça Barbosa Ribeiro - PÚBLICO

Num placard do Laboratório de Microbiologia da Universidade de Coimbra, os avisos e outros documentos institucionais convivem com a fotografia de uma criança e com um cartoon. O cartoon representa um mendigo que pede esmola queixando-se: "Sofro de grande licenciatura, mestrado e ainda apanhei um doutoramento no estrangeiro." A foto é de Gabriel, um bebé. "É o meu filho", aponta Susana Alarico com um sorriso, sem abrandar o passo determinado com que percorre o labirinto de divisórias falsas que espartilhou o espaço, outrora amplo, do edifício.
Não foi Susana quem ali dispôs as fotocópias. Mas a imagem que surge no placard parece concebida para ilustrar a situação da investigadora de 32 anos de idade, que decidiu "não adiar a vida" e ainda não recuperou do susto.
Investigadora na área da microbiologia, quase doutorada, com sete publicações em revistas científicas internacionais, achou que podia arriscar ter um filho. E foi por pouco que não acabou o ano a trabalhar numa loja de roupa, para o poder sustentar. Desde Maio que procurava emprego e só há menos de duas semanas soube que conseguiu uma bolsa de pós-doutoramento. "A resposta chegou no limite dos limites - tinha de ganhar dinheiro", explica.
Susana entra num gabinete acanhado e, com naturalidade, apresenta o marido. Conta que foi ali, no laboratório de microbiologia, que conheceu Igor Tiago, também bolseiro. Ainda construíam as suas carreiras, vivendo com as parcas bolsas de investigadores (de 750 euros cada), quando decidiram não esperar "pelas condições ideais" para constituir família. Em 2004 pediram um empréstimo e compraram casa própria, em 2005 casaram e a 23 de Novembro do ano passado tornaram-se pais de Gabriel.
"A verdade é que somos privilegiados, temos o apoio dos nossos pais e decidimos não adiar a nossa vida. Arriscámos!", explica Susana.
Igor sublinha a excepção: "A maior parte dos nossos amigos não pode fazer isto. Andam com o relógio biológico aos saltos, mas têm de o ignorar..."



Não há lugar para nós


Não se pode dizer que o risco tenha sido rigorosamente calculado. Quando Gabriel nasceu, estavam ambos com bolsas de doutoramento, cada uma no valor de 950 euros. Mas, em Maio deste ano, Susana ainda estava escrever a tese (que vai defender em 2009), quando a sua bolsa acabou. Estava previsto, não entrou em pânico. Afinal, bastava arranjar um emprego, pensou. Mas não foi assim tão fácil.
Em pé, junto a uma das secretárias que enchem o gabinete, Igor acompanha a conversa. Susana descreve em tom sereno a surpresa e o susto com que, dia após dia, folheou os jornais na inútil busca de uma oferta de emprego que se lhe adequasse. Igor interrompe-a, impaciente: "Brutal... É brutal quando percebemos que, depois de toda a formação e experiência acumuladas, não há lugar para nós no mercado de trabalho".
Ficaram indignados com as palavras do ministro Mariano Gago, que se congratulou com o facto de Portugal ser o país europeu onde a investigação científica mais cresceu, entre 2005 e 2007. "Fala de percentagens, de números... É só isso que este Governo vê? E as pessoas?", exclama Susana Alarico.
Quando diz "pessoas" refere-se, antes de mais, àqueles que fazem ciência. As da sua geração, protesta, vivem "com bolsas que não são actualizadas desde 2001, sem subsídios de férias, de Natal e de desemprego e sem perspectivas de futuro. "Pior", acrescenta Igor: "Em Portugal não merecemos qualquer reconhecimento por parte da sociedade, que nos considera parasitas. E eu pergunto: se nós não fizermos ciência, quem a vai fazer?".
Susana Alarico diz que a consciência de que a crise afecta toda a gente tem sido crescente. "É assustador. Só penso: o que é que vai ser de nós, de todos nós, quando, num momento em que já não sabemos como apertar mais o cinto, nos dizem que o que aí vem ainda é pior?"
No seu caso, os airbags familiares funcionaram. Os pais dela começaram a pagar-lhes o empréstimo da casa, os dele ajudam de outras formas. Mas ambos se sentem desconfortáveis com a situação.
Tomaram medidas. Abdicaram das férias e dedicaram-se à exploração das marcas brancas no mundo dos super e hipermercados; não renovam os guarda-roupas; almoçam sempre nas cantinas; fazem o jantar em casa, todos os dias; não saem à noite; prescindiram de todos os pequenos luxos; decidiram não dar presentes de Natal a ninguém. Nem ao Gabriel? "O Gabriel só tem um ano. Não vai sentir falta de um presente", diz Susana. Parece triste. Que não, que não está: "Há muita gente bem pior do que nós".



Um "clima" contagioso


Ela própria alerta que "é preciso ter cuidado", que "a crise não pode servir de cobertura a tudo". Mas admite que, quando soube que partiram o vidro do carro e roubaram a carteira a uma amiga, enquanto ela deixava o filho na creche, não conseguiu deixar de pensar: "Será alguém que não tem dinheiro para comprar um presente de Natal a um filho?".
Preocupam-na os casos de pobreza - este ano, por exemplo, foi ainda mais generosa do que é costume ao participar na campanha do Banco Alimentar contra a Fome. Mas também as consequências, para o país, "do desânimo e da revolta da generalidade das pessoas".
"Face às dificuldades, adaptamo-nos, mudamos o estilo de vida, o que é que havemos de fazer? Mas há uma tristeza, uma tensão, que se reflecte em tudo o que cada um de nós faz: na maneira como os professores ensinam, na forma como os médicos atendem os doentes", exemplifica. Custa-lhe, especialmente, que "este clima" alastre às crianças e aos adolescentes, como uma doença.
Susana nasceu e cresceu à solta no Tramagal, uma vila do concelho de Abrantes. Com a irmã, que morreu há cinco anos, e outros amigos, partia em debandada pela manhã e só regressava quando o sol se punha. Hoje, diz, tem a certeza de que o seu filho não terá uma infância tão livre e cheia de aventuras porque, entretanto, "a sensação de segurança desapareceu".
Também a aflige que Gabriel possa não vir a sentir-se tão confiante em relação ao futuro quanto ela se sentia quando fez o secundário, em Abrantes, ou ingressou em Biologia, em Aveiro. "Éramos ambiciosos e guiados por exemplos de sucesso. Acreditávamos que, se nos esforçássemos, alcançávamos o que queríamos". Faz uma pausa, como se a conclusão a espantasse: "E agora? Como é que os jovens hão-de ter incentivo para estudar e trabalhar se os exemplos somos nós?..."

27/12/08

O despudor vergonhoso

"Há dias em que para comprar pão e leite para os miúdos é preciso pedir ao pai" de José, diz Ana. Não há muito mais ajudas. As crianças, por exemplo, não têm direito a apoio para livros e refeições através do sistema de acção social escolar. E a razão é simples: como não sabiam o funcionamento do sistema fiscal em Portugal, Ana e José optaram pelo regime simplificado de impostos. "Disseram-nos que esse estava bem." Resultado: o produto das vendas entra no IRS, mas não os custos. "Para todos os efeitos temos um IRS muito alto. E só ao fim de três anos podemos mudar de regime." PÚBLICO

Após a mensagem de Natal do PM, só resta concluir inequivocamente que somos governados por um mentiroso descarado, um hipócrita, e que escandalosamente se mantém no poder com a indiferença de uma população com pouca cultura cívica. Afirmar que criou condições para baixar os juros (quando na realidade é o BCE que os controla e não os governos), que a acção social escolar se alargou (quando na realidade se baseia no critério falível do IRS) perante uma nação, é o cúmulo. Mentir descaradamente e despudoradamente tornou-se banal para os políticos e conivente para os eleitores; é por isto que fico apavorado com o futuro próximo…

26/12/08

Significados que se perdem

O primado do materialismo e do poder do dinheiro, acabam com os significados emocionais ligados a épocas festivas culturais. As gerações dos últimos 20 anos do séc. XX já começaram a experienciar o festejo natalicio numa perspectiva economicista, a tal ponto, qua actualmente o Natal corresponde ao dia das compras; é aquela fase do ano em que se pode, à custa do subsidio de Natal, comprar objectos de elevado valor pecuniário. Todo o ambiente emotivo de proximidade humana, de pretexto de reencontros, de afectos, perdeu-se definitivamente no turbilhão do capitalismo...




21/12/08

Uma alternativa para os profs

O fruto da desigualdade

Um exemplo da anarquia em que um país se pode envolver, caso não possua politicas de distribuição da riqueza:

A população de Ciudad Juárez, no Norte do México, tem mais um motivo para andar aterrorizada: a ameaça em panfletos anónimos colados à porta das escolas exigindo aos professores que entreguem os seus abonos de fim de ano, caso contrário verão alunos sequestrados.
Não há senão pistas dos autores da chantagem: as autoridades oscilam entre os cartéis de narcotraficantes que trazem a cidade assustada e bandos de delinquentes que se querem aproveitar da instabilidade.
Ciudad Juárez vive tempos dementes. É o epicentro da guerra entre os grandes gangs da droga, em luta pelo domínio do mercado norte-americano, e entre estes e as forças de segurança. Só este ano, lembrava ontem a BBC online, foram ali mortas mais de 1400 pessoas. Os assassínios, ou mesmo massacres, são quase diários.
As notas vêm aparecendo coladas às portas. Uma delas foi colocada no muro de um jardim infantil. Todas têm em comum a mesma chantagem: os professores entregam o seu 13º mês ou arriscam-se a ver os alunos, um dia destes, desaparecidos. Muitos pais estão a tirar os filhos das escolas.
O medo está também de pé nos hospitais. Na semana passada, de acordo com aquela estação, médicos manifestaram-se para denunciar eles também ameaças de raptos. Homens armados têm entrado nos estabelecimentos clínicos para levarem consigo pessoas em tratamento. PÚBLICO

19/12/08

Junto ao Atlântico, nada de novo

A desigualdade salarial aumentou. E "é um dos principais motores" da assimetria de rendimentos que existe em Portugal, segundo o economista Carlos Farinha Rodrigues, que analisou os quadros de pessoal das empresas portuguesas. Em 2005, os 20 por cento de trabalhadores com maiores ordenados auferiram 45 por cento de toda a massa salarial. PÚBLICO

Entrevista a reter

Subscrevo tudo aquilo que também sempre defendi durante anos (salienta-se a partir dos 28 mins, a opinião sobre a Educação):

http://sic.aeiou.pt/online/scripts/2007/videopopup2008.aspx?videoId={FAC8D8E5-0EDB-45B5-BB20-8F332BE338DC}

17/12/08

Desabafos da alma ferida de raiva

Quando é que em Portugal algo semelhante surgirá? Os desabafos são cópias perfeitas dos desabafos portugueses...

"Sabemos que os polícias são corruptos, que mesmo com uma boa licenciatura estamos condenados ao trabalho precário e o nosso nível de vida será mais baixo que o dos nossos pais. Mas agora sabemos que podemos ser abatidos por um polícia na rua", explica Yannis.

"Se tivesse força, também atirava pedras aos polícias assassinos. E incendiava os bancos, aquece o coração mesmo que não dê cabo do capitalismo", junta a amiga que a acompanha.

Os que têm 13 a 15 anos ainda estão longe do mundo do trabalho, mas já sabem que o seu futuro será muito difícil, num país em que a taxa de desemprego dos jovens dos 15 aos 25 anos ultrapassa 24 por cento. Se encontrarem emprego, deve ser temporário e mal pago. Fazem parte daquilo que os gregos dizem ser a "geração 600 euros".
"Estes jovens não estão só a escaqueirar as montras dos bancos, mas também a vida que têm", afirma a romancista Ioanna Karystiani, que também estava na Politécnica em 1973. "Os motivos deles não são diferentes dos nossos então... Claro, hoje há democracia, mas os partidos confiscaram-
-na para o seu próprio interesse, o desemprego é ainda pior e as humilhações são diárias", diz o advogado Kanelopoulos.

"É preciso encarar a realidade: há cinco anos que os conservadores governam o país, mas o PASOK esteve mais de 25 anos no poder, com o apoio dos comunistas. Colou-se ao sistema, com o mesmo desperdício dos dinheiros públicos, o mesmo clientelismo e imobilismo", reconhece a economista Marika Frangika. Numa entrevista ao Elefthérotypia, o sociólogo Constantin Tsoukalas pôs o dedo na ferida: "Hoje o desencanto é geral, e nenhum partido é credível: a falta de esperança é sempre mãe da violência e da transformação do povo numa multidão enraivecida." PÚBLICO


Só com barulho

Infelizmente as democracias modernas só ouvem os gritos e as acções violentas; se os cidadãos usarem os meios civilizados para protestar são ignorados ostensivamente. Então só resta a rua e as pedradas...

No décimo primeiro dia de uma vaga de protestos desencadeada pela morte de um adolescente em Atenas, o primeiro-ministro grego assumiu ontem a responsabilidade política pelos escândalos de corrupção que têm manchado o seu Governo e alimentam o descontentamento. Costas Karamanlis prometeu ainda reformas na educação e disse saber "das pressões que recaem sobre a juventude".
"Problemas que há muito estão por resolver desapontam os jovens: a falta de meritocracia, a corrupção na vida quotidiana, a sensação de injustiça social", disse Karamanlis numa intervenção diante do grupo parlamentar do seu partido, Nova Democracia.
"A luta contra estes problemas é dura e constante e estamos comprometidos com ela", afirmou ainda, admitindo que quando os protestos e motins começaram demorou a dar-se conta da sua gravidade.

Gato escondido com rabo de fora

Lendo a noticia seguinte talvez se possa perceber porque é que existem lacaios acérrimos defensores deste governo PS, dos quais se tem destacado o ex-comunista-agora-convertido-ao-pseudosocialismo-de-direita-para-tratar-da-vidinha Vital Moreira:


Gastar cerca de 800 mil euros em pareceres jurídicos e advogados externos para acompanhar processos desde 2005 pode não ser muito significativo. Mas se se tiver em conta que a Câmara Municipal de Lisboa (CML) tem 238 juristas nos seus quadros de pessoal, o facto já parece menos normal.

(...) Nas despesas efectuadas este ano avultam ainda a aquisição, sempre por ajuste directo, tal como nos casos anteriores, de cinco pareceres destinados a justificar ao Tribunal de Contas (TC) o empréstimo de 400 milhões de euros que a CML pretendeu contrair no fim do ano passado e, depois, a fundamentar o recurso (ainda sem decisão) contra a reprovação daquele contrato. Estes pareceres foram pedidos aos juristas Vital Moreira (24.200 euros), Manuel Porto (19.360), Sérgio Cabo (16.500), Jorge Miranda (14.520) e Carlos Lobo (9.075), num total de 83.655 euros. PÚBLICO


Ouviram ou leram o Vital a ficar indignado com estes privilégios? O fulano que tem mostrado os dentes contra os tais privilégios da Administração Pública, afinal está com eles cravados no bolo orçamental? Como dizia o saudoso Vasco Santana através do personagem estudante de medicina no filme canção de Lisboa, “Andamos todos ao mesmo!”...

Uma classe com poder

A contestação surtiu efeito: o Ministério da Saúde (MS) aceitou ontem reformular os projectos de decreto-lei sobre a revisão das carreiras médicas. PÚBLICO


Nem sequer saiu de projecto; compare-se com o que aconteceu (e está a acontecer) com os professores...

14/12/08

Manchetes

O tal socialismo que ainda não apareceu

O INEM nega responsabilidades na morte de um professor da Escola Secundária de Espinho - que sexta-feira sofreu uma paragem cardíaca e morreu sem assistência médica - e aponta o dedo aos Bombeiros Voluntários daquela cidade. Informados de que "não havia Viatura Médica de Emergência (VMER) disponível, receberam ordens para transportar imediatamente o doente para o hospital e não o fizeram", disse ao DN uma fonte do INEM. PÚBLICO

A eminência do conflito social

Igualmente da opinião de que há uma situação nova na sociedade portuguesa de descontentamento que pode levar à violência social é Elísio Estanque, professor doutorado do Departamento de Sociologia da Universidade de Coimbra. Considerando que "não se podem fazer previsões", sublinha que "há condições para isso em toda a Europa e em Portugal também". E apresenta três factores que potenciam a tensão social violenta e de confronto directo. Primeiro, Elísio Estanque salienta a "realidade objectiva do crescimento da precariedade, do desrespeito pelos direitos laborais", que transformou as relações laborais, as quais estão hoje longe do Estado social. Salienta ainda que "as relações precárias aumentam em sectores da classe média e até na função pública", acrescentando o facto de serem "os jovens com maior educação que têm difícil acesso ao mercado de trabalho".
Realidade e expectativas
Como segundo factor, Elísio Estanque sublinha aquilo a que a psicologia social aponta como "o desfasamento entre a realidade e as expectativas". E explica que, "consoante se vai subindo, as expectativas aumentam". Mas se, "em vez de se progredir, existir uma quebra, a expectativa não cai ao mesmo ritmo, e então fica o desespero, a desilusão, a frustração social propícia ao conflito social".
O terceiro factor apontado por Elísio Estanque é "o ressentimento geracional". Ou seja, "a geração mais nova não tem como horizonte o proteccionismo do Estado social e isso cria ressentimento social nessa geração". E alerta para o que pode acontecer. "Embora não sejam os jovens licenciados quem está pior, são eles que têm mais acesso à informação e mais conhecimento e que estão, por isso, mais politizados", adverte Elísio Estanque, concluindo: "Há a irritação, a frustração de quem investiu em si, estudou, e só pode ganhar 700 euros ou menos. Isto numa época em que as estruturas normais de diálogo social estão a perder representatividade. Os partidos e os sindicatos deviam estar atentos a isto." PÚBLICO

Um retrato fiel da sociedade actual

O catastrófico cenário da extinção da morte, num dia de Ano Novo, é a base da intriga de 'As Intermitências da Morte', provavelmente o mais bem-humorado dos romances de José Saramago. As pessoas deixam subitamente de morrer, o que origina uma crise sem precedentes. "Brutalmente desprovidas da matéria-prima", as empresas do negócio funerário reuniram-se em assembleia geral e elaboraram um caderno reivindicativo. Para evitar o despedimento de milhares de trabalhadores", exigem duas coisas. Em primeiro lugar, que o Governo lhes arranje, por decreto, um novo negócio, tornando obrigatório o enterro ou a incineração de todos os animais domésticos falecidos - e esses preparos terão de ser contratados à indústria funerária. Em segundo lugar, pedem dinheiro - uma linha de crédito bonificado e empréstimos a fundo perdido -, pois a reconversão para os irracionais de uma indústria até então orientada para os racionais carece de vultuosos investimentos em equipamentos e know-how.
Saramago resumiu magistralmente a alma e manha de uma classe de patrões e gestores portugueses que têm uma visão muito particular dos negócios: os lucros, o Mercedes e os salários de cinco ou seis dígitos ficam por sua conta; o risco fica por conta do Estado (ou seja, de todos nós, contribuintes).
Cavaco Silva concorda com a análise de Saramago e já denunciou "a falta de autonomia revelada por alguns dos nossos empresários, que fazem depender o seu sucesso da permuta de favores com o poder político, e a sua tendência para viverem encostados ao Estado, que tem sido muito nociva para a nossa economia".
Jorge Fiel - Jornalista (DN)

1 dólar por dia em comida

Foi o que dois professores dos EUA tentaram fazer, mimetizando o que milhões de pessoas neste mundo possuem de rendimento diário:

http://cosmos.bcst.yahoo.com/up/player/popup/?cl=11060264

11/12/08

Já se pode declarar um armsticio entre profs e ME?

Na véspera da reunião com a plataforma, é colocado estrategicamente no portal do Governo, a mitologia da avaliação docente. Os professores já podem dormir descansados e baixar as armas porque afinal estavam equivocados, possuindo preconcepções míticas acerca da avaliação e do ECD, como fica demonstrado a seguir:

2008-12-10
Ministério da Educação
10 mitos sobre a avaliação de desempenho docente

Para prosseguir o esforço de esclarecimento e contrariar alguma ideias erradas relativas ao processo de avaliação de desempenho docente, o Ministério da Educação refuta 10 das noções erradas mais frequentes que surgem quando se discute este tema.

Mito 1 – É um processo muito pesado e burocrático

Não. Os professores avaliados, cerca de 70% do total de professores, apenas intervêm no processo na definição dos seus objectivos individuais e na auto-avaliação. A definição dos objectivos, que inicia o processo de avaliação, segue as orientações de cada escola e é um processo semelhante ao adoptado em todas as organizações. É em função destes objectivos que cada avaliado preenche, no fim do ciclo avaliativo, a ficha de auto-avaliação. Os professores avaliadores têm um volume de trabalho maior, motivo pelo qual lhes foram atribuídas condições especiais de horário.

Mito 2 – A avaliação impede os professores de darem aulas

Não, uma vez que os professores avaliados têm intervenções pontuais no processo, e os horários dos professores avaliadores já integram, regra geral, as horas necessárias ao exercício das actividades de avaliação. Além disso, eventuais necessidades adicionais de redução de horário, na sequência das recentes medidas de simplificação da aplicação do modelo de avaliação, poderão ser ultrapassadas por recurso ao pagamento de horas extraordinárias, de forma a evitar que os professores abandonem as suas turmas.

Mito 3 – O modelo de avaliação de desempenho docente não é exequível

O modelo de avaliação está a ser aplicado em muitas escolas e milhares de professores já desenvolveram, no corrente ano lectivo, actividades associadas à concretização da avaliação. No entanto, face a dificuldades identificadas por escolas e professores, foram tomadas medidas que visam a melhoria das condições de concretização da avaliação.

Mito 4 – Os professores têm que organizar um portefólio exaustivo e complexo.

Não. A escola apenas deverá requerer que o professor reúna elementos decorrentes do exercício da sua profissão que não constem dos registos e dos sistemas de informação da escola e que sejam relevantes para a avaliação do seu desempenho. Aliás, no modelo de avaliação anterior, todos os professores já tinham de organizar um portefólio para poderem ser avaliados, constituindo este (juntamente com o relatório crítico de auto-avaliação) o único instrumento de avaliação.

Mito 5 – As escolas têm que registar o desempenho dos avaliados em instrumentos complexos

Os instrumentos de registo de informação e indicadores de medida são definidos e elaborados nas escolas, no quadro da sua autonomia, devendo estes ser simples e claros. Nos casos em que tenham sido definidos procedimentos e instrumentos demasiado complexos, as direcções executivas das escolas devem garantir a sua simplificação, estando o Ministério da Educação a apoiar este trabalho junto de todas as escolas.

Mito 6 – Os professores avaliam-se uns aos outros

A avaliação de desempenho docente é feita no interior da cada escola, sendo avaliadores os membros do órgão executivo e os professores coordenadores de departamento, que exercem funções de chefias intermédias. Não se trata, pois, de pares que se avaliam uns aos outros, mas de professores mais experientes, investidos de um estatuto específico, que lhes foi conferido pelo exercício de um poder hierárquico ou pela nomeação na categoria de professor titular.

Mito 7 – Os professores titulares não são competentes para avaliar

Acederam à categoria de professor titular, numa primeira fase, aqueles que cumpriam critérios de experiência profissional, formação e habilitações considerados fundamentais para o exercício de funções de maior complexidade, como sejam a coordenação do trabalho, o apoio e orientação dos restantes docentes e a avaliação de desempenho. Assim, não é compreensível nem sustentável a ideia de que os cerca de 35 000 professores titulares que existem actualmente, seleccionados, por concurso, de entre os professores mais experientes, não tenham as competências necessárias ao exercício da função de avaliador.

Mito 8 – Avaliados e avaliadores competem pelas mesmas quotas

Não. As percentagens definidas para a atribuição das menções qualitativas de Excelente e Muito Bom, em cada escola, são aplicadas separadamente aos diferentes grupos de docentes. Está assim, assegurada a atribuição separada de quotas a avaliadores e avaliados.

Mito 9 – A estruturação na carreira impede os professores de progredir

Não. Todos aqueles que obtiverem a classificação de Bom (para a qual não existem quotas) podem progredir na carreira. Para além disso, é importante referir que, neste primeiro ciclo avaliativo, os efeitos de eventuais classificações negativas ficam condicionados ao resultado de uma avaliação a realizar no ciclo avaliativo seguinte. Ou seja, uma classificação negativa só terá consequências na carreira se for confirmada na avaliação seguinte.

Mito 10 – A avaliação de desempenho é injusta e prejudica os professores.

Este modelo não prejudica os professores, assegurando as condições para a progressão normal na carreira, incluindo o acesso à categoria de professor titular, para quem atinja a classificação de Bom, para a qual não existem quotas. Neste período transitório existe uma protecção adicional para os professores, que decorre da não aplicação de efeitos das classificações negativas. É, assim, mais vantajoso que o sistema em vigor para a administração pública.

http://www.portugal.gov.pt/Portal/PT/Governos/Governos_Constitucionais/GC17/Ministerios/ME/Comunicacao/Outros_Documentos/20081210_ME_Doc_Avaliacao_Professores.htm

Proposta de TPC- desmistificar os mitos do ME

10/12/08

O conceito de censura do Fócrates

http://gatofedorento.sic.pt/videos/agencia-lusa-com-socrates

Beija-mão do Fócrates

http://gatofedorento.sic.pt/videos/associacao-criada-pelo-govermo

A faúlha que ateia o fogo (cont.)

Cai que nem uma luva no panorama português:

Porque "não toleramos mais este Governo [do primeiro-ministro Costas Karamanlis], temos 25 anos, terminámos os estudos, não temos dinheiro e só nos resta partir para o estrangeiro", afirmou Anastassia Kotzamani, uma recém-licenciada em Sociologia de 25 anos citada pela AFP. Porque "há toda uma geração que vê os seus pais endividados até aos dentes e que sente que o futuro não lhes vai trazer nada de bom", explicou ao Guardian Christos Mazanitis, um jornalista de Atenas. "Estes motins são sobre o medo e o desespero."Théo Livanios, um analista do instituto de sondagens Opinion, considera, citado pela AFP, que "para lá de umas poucas centenas de vândalos que se dedicaram a partir tudo há uma explosão de cólera da juventude contra a polícia que, tal como o Estado, não é vista como uma instituição que trabalha para o bem comum".
Na lista de causas para esta "revolução", à qual o Governo conservador poderá não sobreviver, está também a corrupção no sector público, a falta de investimento em sectores chave como a educação ou a saúde, a degradação dos subúrbios e o autismo de um poder que "não percebe os verdadeiros problemas das pessoas".
"Tenho 73 anos e nunca vi nada assim", disse à Reuters Thomas Siozos, à frente da sua loja vandalizada. "A morte do rapaz foi uma desculpa. O Governo não pode cuidar apenas dos ricos." J.A.

09/12/08

Formas insidiosas de corrupção

E é gente desta têmpera que governa o país e forma futuros profissionais nas universidades..

A faúlha que ateia o fogo

"Os anarquistas estão na origem desta explosão social devido à insegurança económica que afecta muitos jovens, desempregados, mal pagos", declarou, à AFP, Dimitris Beladis, especialista em guerrilha urbana. DN
É o que está a acontecer na Grécia: uma geração de jovens compreensivelmente frustrados, sem expectativas de qualidade de vida, os novos escravos da estúpida e ignóbil globalização, que explodem a sua frustração através da violência. Bastou a faúlha (a morte de um adolescente pela policia) para atear o combustivel que já se devia acumular há muito tempo.
Para quem trabalha com adolescentes, sabe que as novas gerações não possuem sentido civico, sendo passivos quanto ás injustiças a que são sujeitos. O problema é que essa falta de sentido civico, manifesta-se de forma bárbara quando o copo fica cheio...
Mas, infelizmente, este episódio já tinha acontecido na França há 2 anos e vai acontecer pelo mundo fora, enquanto não se extinguirem com as desigualdades absurdas que permanecem teimosamente por influência dos que são beneficiados pelas mesmas.

Representantes de 'caca'

O DN fez as contas à presença dos deputados no plenário, desde o início do ano, nos três dias da semana em que há sessões plenárias. Conclusão: mesmo sendo por vezes dia de votações, os parlamentares faltam muito mais à sexta-feira.

E são estes representantes de 'caca' do povo português, que aprovam legislção laboral a penalizar a falta de assiduidade!...
Mas qual é o espanto? São da mesma cepa do restante povo: quem tem unhas é que toca guitarra.

Reforço do que aqui foi escrito

Relatório da UNESCO
Escravatura foi abolida oficialmente mas continua a fazer parte da vida contemporânea
08.12.2008 - 19h02 Lusa

A escravatura foi abolida oficialmente em todo o mundo mas continua a ser um instrumento da vida contemporânea “largamente difundido e profundamente arreigado”, segundo um relatório divulgado pela UNESCO (a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) para no seu sítio da Internet.
O documento, com 139 páginas, compara e analisa a situação actual e explora diferentes possibilidades de luta contra a escravatura contemporânea.Intitulado “Unfinished Business” (“Uma questão pendente”), o relatório constitui a primeira comparação existente entre os sistemas de escravatura do passado e os casos actuais de servidão humana.Trata-se de uma obra do investigador britânico Joel Quirk, do Instituto Wilberforce para o Estudo da Escravatura e a Emancipação (WISE), elaborado a pedido do projecto UNESCO “A Rota do Escravo”.
Exemplos da escravatura nos tempos actuais: recibos verdes, jornadas de 12 ou mais horas em vários sectores empresariais, o não pagamento de horas extraordinárias, o desrespeito pelos direitos sociais (licença de maternidade, amamentação, paternidade, etc.)...

Já não vimos isto em qualquer lado?

Há uma situação que está a preocupar-nos especialmente. Neste momento há oficiais a avaliar os polícias pelo número de multas ou detenções que fazem. Quanto mais multas melhor se é avaliado e mais se ganha. Isto é muito grave. A principal missão da polícia não é a prevenção? Afinal o melhor polícia é aquele que faz caça à multa durante uma hora e passa o resto do turno no café, ou aquele que está sempre presente e tem a sua área pacificada? Fazer detenções é fácil. Mas o que se ganha a longo prazo com isso? Só se for para agradar aos comandantes e apresentar estatísticas. Infelizmente, prevejo que qualquer avaliação que venha a ser feita dará sempre muita importância ao cumprimento de directivas. Os polícias vão preocupar-se mais com a progressão na carreira que em fazer um bom trabalho na segurança dos cidadãos.
Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia da PSP (ASPP) – DN

Já várias pessoas com familiares agentes da autoridade, me tinham informado que os policias eram avaliados através do número de multas que autuavam. Tal como os professores serem avaliados pelo número de positivas que dão aos alunos, a perversão é evidente. Talvez os episódios que têm ocorrido nas escolas com a PSP tenha a sua raiz neste facto.

07/12/08

A prova de que Portugal é subdesenvolvido

É esta a qualificação que tanto se apregoa: com tantos milhões injectados para salvar os bancos e respectivos accionistas conhecidos de todos, é isto que pagam aos portugueses qualificados:

BOLSA DE INVESTIGAÇÃO (M/F)
Referência: PTDC/SAU-FCF/67351/2006

Título do Projecto: PAPEL DAS CÉLULAS DENDRITICAS NA LEISHMANIOSE: estudos de sinalização intracelular na infecção pelo parasita Leismania infantum virulento ou atenuado.

Está aberto concurso para recrutamento de 2 bolseiros(as) de Investigação para colaborar no projecto acima referido, co-financiado pela Fundação para Ciência e a Tecnologia e pelo programa PTDC.
O valor mensal de cada bolsa será de € 745,00, pago por transferência bancária (preferencialmente).
Perfil pretendido: Os (as) candidatos (as) devem possuir Licenciatura em Ciências Biológicas ou afins. Dá-se preferência a candidatos com formação pós – graduada à data de início da bolsa e experiência prévia em Cultura celular, Biologia Molecular e Imunologia.

06/12/08

Lá usam água

No Chile, país do qual foi copiado o modelo de avaliação docente português, os alunos não usam ovos: usam água. Lá como cá, também está a existir um profundo conflito laboral entre profs e ministério, que também é governado por uma ministra!...


O pior da avaliação docente

Professora de Biologia na Escola EBI João Roiz, em Castelo Branco, Natália dá um exemplo do absurdo a que se chegou: "Gente que sempre trabalhou em equipa dá consigo a esconder projectos dos colegas, porque, afinal, nem todos podem ter muito bom ou excelente... É assim que se aposta na escola pública?", pergunta. PÚBLICO

Já escrevi aqui que o pior desta avaliação e deste ECD, era o apanágio do individualismo na sua forma mais perversa; pelos vistos, muitos sentem o mesmo...

03/12/08

A banalização aconteceu

Educação
Novas Oportunidades leva mulher com 6.º ano à Universidade

Uma mulher de Tábua que deixou de estudar na adolescência saltou seis anos de escolaridade em pouco mais de um ano, frequentando agora uma licenciatura em Coimbra. É um exemplo polémico do Novas Oportunidades
Luísa Gaio diz que a sua vida «deu uma volta de 180 graus» desde que há dois anos, ao visitar a feira anual de Arganil, soube que poderia obter a equivalência do 9º ano através do Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC).
Luísa Monteiro Gaio, de 33 anos, casada e mãe de dois filhos, dirigiu-se de imediato à Escola Secundária de Arganil para se inscrever no RVCC, uma das valências do actual Centro Novas Oportunidades.
Quando concluiu o curso, sem emprego, a formanda produzia algum artesanato, cuidava da habitação e dos filhos do casal, de nove e 12 anos, a que se juntam regularmente mais dois filhos do marido. Nem sequer pensava avançar para a certificação do 12º ano.
«Mas a técnica profissional que acompanhava a Luísa incentivou-a a prosseguir», recorda à agência Lusa Assumpta Coimbra, que era na altura a coordenadora do RVCC. A formanda distinguiu-se num grupo de 40 candidatos à certificação de competências.
«A Luísa acreditou que é possível valorizar os saberes da vida», sublinha Assumpta Coimbra.
Entusiasmada com os êxitos obtidos, candidatou-se ao curso de Turismo, Lazer e Património da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), fazendo os exames '+ 23'.
Entrou com média de 14 valores. Só que havia apenas duas vagas na licenciatura reservadas a ingressos através da antiga prova 'ad-hoc'.
O acesso à Universidade foi inicialmente recusado pela instituição. «Vou fazer o 12º ano!», decidiu.
No entanto, em Outubro de 2007, no dia em que iria inscrever-se de novo no RVCC, recebeu uma carta da FLUC a devolver-lhe a alegria: estava, afinal, assegurado o ingresso na faculdade.
Em pouco mais de um ano, Luísa Gaio saltou do 6º ano (antigo 2º ano do Ciclo Preparatório) para o ensino superior.
Fez, com 14 valores de média final, as 12 cadeiras do primeiro ano de Turismo, Lazer e Património, chegando a obter classificações de 19 valores.
Já no 2º ano, a universitária percorre diariamente 130 quilómetros de automóvel, entre Avelar, concelho de Tábua, e Coimbra. Levanta-se às 6h, para cuidar dos filhos que vão para a escola, e chega à Alta coimbrã antes das 8h, para garantir estacionamento próximo da Universidade.
Luísa Gaio não quer falhar uma aula. «Sem apoio do meu marido, não conseguia», refere.
Quase acabaram os passeios que fazia com a família aos fins-de-semana: «Tenho que estudar, fazer investigação e tratar da casa».
No final da licenciatura, pretende concretizar um projecto turístico em conjunto com uma irmã. Também a seduz a investigação académica nesta área. Lusa / SOL

Em 2006, foi o ano em que se expandiu o programa Novas Oportunidades (NO), com a abertura de centenas de centros de RVCC (reconhecimento e certificação de competências). Nesse ano, trabalhei durante uma semana com uma das pessoas que implementou a educação para adultos no país; no final dessa semana de trabalho, essa pessoa, com lugar numa direcção regional, fez uma prelecção sobre os seus receios acerca do NO, e da forma como o governo estava a implementá-lo. Recordo as suas palavras profetizantes ao afirmar "que o seu maior medo era a abertura descontrolada de centros NO, que iriam desvirtuar completamente o programa RVCC”. É fácil imaginar a sua enorme desilusão, principalmente perante casos idênticos ao transcrito...
Para os poucos defensores deste sistema, que seria válido sem a preocupação das metas quantitativas de certificar X pessoas por ano e que se aplica a um conjunto especifico de pessoas e não ao universo da população, apenas lanço o desafio dessas pessoas certificadas se sujeitarem a um exame nacional do 9º ou 12º ano, para verificar se possuem os conhecimentos equivalentes aos anos de escolaridade em causa. Estou convicto dos resultados que surgiriam...