16/10/10

Uma falácia cientifica

Quando a ministra da saúde numa conferência defende o aumento da idade da reforma argumentando que a esperança média de vida é maior, e portanto as pessoas ao viverem mais tempo se mantêm produtivas mais anos, revela uma desonestidade cientifica indigna de uma pessoa com formação académica. Qualquer pessoa com formação científica superior sabe que o problema actual da sociedade não é a pessoa viver mais tempo mas envelhecer sem qualidade de vida. Vive-se mais tempo mas não com condições mentais e fisiológicas de quando se era jovem. E por isso, uma pessoa com 70 anos não tem a mesma produtividade de quando tinha 35-40 anos. Deste modo, viver mais anos não significa ser mais produtivo mais anos porque o organismo ao envelhecer perde qualidades fisiológicas. Portanto, quando existir um processo que permita a um indivíduo na 3ª idade manter as mesmas qualidades fisiológicas de quando era jovem, então é legitimo ponderar no aumento da idade da reforma. O principio da pensão de reforma baseia-se na constatação que o individuo ao envelhecer, diminui a sua produtividade por motivos fisiológicos e portanto, é considerado inútil num sistema económico fundamentado na produção e consumo, pelo que se permite que possa terminar a sua vida de uma forma digna oferecendo-lhe um rendimento.

Concluindo, defender o aumento da idade da reforma com o argumento do aumento da esperança de vida, é uma falácia científica e uma desonestidade politica.

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