05/07/08

A redistribuição que não existe

Foi na apresentação do estudo ‘Um Olhar sobre a Pobreza’ [que] a economista Manuela Silva acrescentou outras "conclusões surpreendentes":"Quase metade dos residentes em Portugal conheceram a pobreza" entre 1995 e 2000. Pior ainda, considerou a economista, naquele período não houve nenhuma catástrofe, e o país conheceu crescimento económico e desenvolvimento tecnológico. Razões para que o nível de pobreza não tivesse atingido aqueles níveis.Outra conclusão destacada por Manuela Silva é que a pobreza não é um fenómeno esporádico. "Mais de metade (54 por cento) das famílias pobres em pelo menos um ano esteve na pobreza durante três ou mais anos", citou. Esta conclusão do estudo "vem confirmar o facto de que a pobreza é para muitos um fenómeno persistente" e tende mesmo a transmitir-se como "herança".
(...) Sobre as transferências sociais, Bruto da Costa rejeita a "alternativa" entre o dar de comer e o dar capacidades. "A pobreza é uma situação de privação, é um problema que requer medidas de emergência." E apontou os países escandinavos, onde as transferências não são encaradas como forma de dependência. Vieira da Silva apontou também exemplos do Norte da Europa - Suécia, Finlância, Holanda - para dizer que as transferências sociais atenuam em 70 por cento o grau de pobreza dessas sociedades. Em Portugal essa taxa passa pouco dos 20 por cento. Um problema de "eficácia", disse.

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