12/07/08

Uma promiscuidade antiga

A Ordem dos Médicos considera que não há qualquer problema ético no caso de clínicos que informam consultoras de saúde sobre os medicamentos que prescrevem aos doentes em troca de prémios, dado que é salvaguardada a identidade dos pacientes. Segundo a edição de ontem do Jornal de Negócios, a consultora IMS Health está a pedir aos médicos que preencham num caderno os dados das prescrições em cinco dias de consulta, no máximo durante duas semanas consecutivas por trimestre. Em troca, os médicos recebem 100 euros conversíveis em diversas ofertas.

Todos sabem que a profissão de médico é uma das mais apetecíveis porque possui um estatuto social elevado, é vital na manutenção da saúde e é altamente especializada de modo a que se torna praticamente insubstituível. Com estas caracteristicas é uma profissão poderosa, capaz de afrontar um poder politico arrogante e autoritário como o actual.
A promiscuidade entre a industria farmacêutica e a classe médica é há muito conhecida e até hoje não foi criado nenhum mecanismo que evitasse esta relação. Quem está em risco são os pacientes, que podem ser preteridos em função do lucro.

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