27/01/11

Os grandes FDP

O que todos já sabiam é oficializado num relatório. Confúcio enforcou vários homens de índole corrupta, e era assediado para governar em várias províncias porque com ele imperava a ética e a moral. Lamentavelmente não existe uma Al-Qaeda de justiça social para colocar este homens na lista de alvos a abater:

Conclusões do Inquérito à Crise Financeira

Comissão diz que reguladores e bancos são culpados de uma crise financeira que era “evitável”

27.01.2011 - 17:15 Por Ana Rita Faria

São mais de 500 páginas e muitos nomes a culpar. A Comissão de Inquérito da Crise Financeira divulgou hoje o relatório onde explica o que levou à crise e quem está por detrás dela.

(Reuters/Toby Melville)

A primeira premissa é que a crise financeira que assolou os EUA e depois o mundo em 2008 era “evitável”. Mas o Governo, os reguladores e a alta finança de Wall Street não entenderam os riscos e, em muitos casos, não fizeram o que deveriam ter feito.
A maior tragédia é aceitarmos que ninguém podia ter previsto que isto ia acontecer e que, por isso, nada pudesse ser feito”, diz o relatório da Comissão de Inquérito da Crise Financeira. “Se aceitarmos esta desculpa, [a crise] vai repetir-se outra vez”, sublinha.
A comissão que, durante um ano e meio, passou a pente fino milhões de documentos, entrevistou mais de 700 pessoas e realizou 19 audiências públicas, aponta o dedo às “falhas generalizadas na regulação financeira”, à “falência dramática da gestão do risco” e ao “excessivo nível de empréstimos”.

(…) A cultura de desregulação financeira promovida pelo antigo presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana, Alan Greenspan, também merece fortes críticas por parte da comissão, mas é ao actual presidente, Ben Bernanke, que cabem algumas das revelações mais surpreendentes do relatório.
Numa entrevista aos membros da comissão, Bernanke admitiu que a crise financeira de 2008-2009 foi maior do que a Grande Depressão e que 12 das 13 maiores instituições financeiras norte-americanas estiveram em risco de falir em apenas uma ou duas semanas.
Como especialista da Grande Depressão, acredito sinceramente que Setembro e Outubro de 2008 foram a pior crise financeira da história mundial, incluindo a Grande Depressão”, disse Bernanke à comissão, em Novembro de 2009.

(…) A cultura das instituições financeiras deixou de lado a gestão de risco, encorajando os funcionários a firmar acordos rentáveis no curto prazo, que lhes trariam também apetecíveis bónus. (…) A comissão chegou ainda à conclusão de que houve instituições com comportamentos particularmente condenáveis durante os meses em que a crise rebentou. Foi o caso do Goldman Sachs. O relatório revela que o banco terá fornecido milhares de milhões de dólares a instituições que concediam empréstimos imobiliários de alto risco (o chamado subprime). Depois, assegurou esses empréstimos e vendeu-os a investidores por todo o mundo, com o auxílio das agências de rating que davam elevadas notas positivas aos produtos vendidos pelo Goldman aos seus clientes. Ao mesmo tempo, o Goldman envolveu-se em esquemas financeiros que ampliaram a crise, ao permitirem a investidores não só investirem nos empréstimos, mas especularem se eles iriam aumentar ou baixar. Pior ainda: o banco também apostava contra investimentos que tinha criado e vendido a outros. Quando os preços das casas entraram em colapso, todos começaram a perder.

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