02/01/11

Rendimento máximo

Nos últimos anos muito se tem falado pejorativamente do rendimento mínimo, actual rendimento de inserção social (RSI). Embora em várias circunstâncias de forma fundamentada, também de forma demagógica em muitas delas, pois este subsidio serve para colmatar aquilo que o Estado não consegue fazer: redistribuição da riqueza. Contudo, convenientemente, nunca se falou dos que vivem do rendimento máximo, ou seja, todos aqueles que também não trabalham nem exercem nenhuma profissão e o orçamento de Estado sustenta a sua vida, providenciando rendimentos de milhões de euros ou aqueles que exercem actividades em que dedicam poucos meses ou anos de trabalho. No 1º grupo incluem-se a monarquia (reis, rainhas e todos os descendentes) e os políticos que ocuparam cargos governativos, recebendo uma subvenção vitalícia, e no 2º grupo, actores, jogadores desportivos, músicos.

Porque também não se fica indignado por alguém ter como pais alguém a quem chamam reis e com isso ter garantido vitaliciamente rendimentos para viver luxuosamente? O que se vê é a idolatria completa, com consumos dos jornais e revistas sempre que surgem notícias da sua vida privada ou acolhimentos apoteóticos na rua. Mas, para uma família receber uns míseros trezentos e tal euros, é a critica feroz, porque são calaceiros e parasitas que não querem trabalhar. Como se os reis, príncipes e princesas quisessem e trabalhassem muito…

E algum governo procedeu a reduções ou extinções deste tipo de financiamento? Obviamente que não.

Ou não ficar indignado por alguém que trabalha 3 meses num filme, faz uma digressão musical de 6 meses ou joga por 10 anos, e recebe milhões de euros?

Mais uma das muitas incongruências ininteligíveis da sociedade humana…

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