27/05/09

O negócio do desemprego

"Humilhação dos trabalhadores desempregados" - foi este o mote de um requerimento apresentado pela deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Aiveca, ao Ministro do Trabalho e Segurança Social. Em causa está a recém introduzida "Procura Activa de Emprego", engenharia do Governo Sócrates que visa dificultar o acesso ao Subsídio de Desemprego. Para além da mendicidade a que estão postos os desempregados com este Plano, existem relatos de vários trabalhadores desempregados que se queixam de serem mal recebidos nas empresas às quais se vão propor a emprego. Queixam-se ainda que muitas empresas se recusam a carimbar o comprovativo de procura de emprega (carimbo esse crucial para a manutenção do subsídio de desemprego). Pior que tudo, existem patrões a cobrar 5 euros aos desempregados pela colocação do dito carimbo.

As recentes alterações legais no relacionamento do Estado com os desempregados introduziram a chamada “Procura Activa de Emprego” (PAE). Ora, o que se verifica, é que a materialização desta consigna não é uniforme nos Centros de Emprego. Nuns basta a entrega de cópia de envio de currículos por e-mail, noutros, até porque nem todos os desempregados têm e-mail ou dinheiro para pagar Internet, exige-se a entrega de cartas de pedido de trabalho justificando-se a procura activa com a aposição de um carimbo pela empresa onde se foi pedir trabalho, e obedecendo a apresentações periódicas, normalmente quinzenais, nos Centros de Emprego.

  • Muitos dos candidatos a emprego são mal recebidos por muitas empresas, com desconfiança até, pois estas não estão nem sensibilizadas nem informadas para este tipo de práticas.
  • Há empresas que pressionadas por constantes pedidos de emprego e respectivo carimbo em folhas, vindos de um número elevado de pessoas, começam a tratar mal os desempregados com o objectivo de os afugentar. “Para que lá não voltem”.
  • Outras empresas recusam colocar o carimbo, alegando que não o têm (carimbo esse que se torna indispensável para a confirmação de pedido de emprego).

E paulatinamente se regressa ao modelo social do inicio da revolução industrial...

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