26/01/09

Democracia: onde?

Um dos estandartes que identificam um regime democrático são as eleições. Muitos cidadãos estão convictos que o sistema funciona com base na regra “um cidadão, um voto”, mas na realidade a metodologia de cálculo de número de deputados por partido é suficientemente complexa para que ocorram perversões, tais como um partido com maior número absoluto de votos não ser vencedor (veja-se o exemplo da vitória de Bush). O estudo noticiado hoje pelos jornais sobre a possibilidade de partidos com menos votos ganharem mais deputados devido à revisão dos cadernos eleitorais, vem reforçar esta tese. Além disso, o sistema é vulnerável á fraude, como ficou exemplificado nas eleições autárquicas de Lisboa em que Santana Lopes foi vencedor (um professor universitário do IST, descobriu através de um modelo matemático, que tinha ocorrido fraude na contagem de votos. O MP aceitou os indícios como factuais, abriu inquérito e arquivou porque não descobriu o(s) autor(es) da fraude. O professor pareceu misteriosamente morto em sua casa semanas após a denúncia).
Também os persistentes métodos de represálias contra as opiniões criticas, subrepticios e insidiosos, são uma prova evidente de que a tentação totalitária jamais foi extinta (exs: policias a entrar em escolas para indagar sobre o número de manifestantes, funcionários exonerados por contarem anedotas escatológicas sobre dirigentes políticos, etc.).
Deste modo, a tão propalada democracia ainda é uma ilusão, porque muitos factores externos ao processo distorcem a vontade individual do cidadão.

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