15/01/09

A inevitável desmobilização?

Os sindicatos pressentem o risco e por isso tentam elaborar uma concertação a nível nacional de modo a que a resistência ao ME seja global. Contudo, dada a dimensão da classe docente e o número de escolas, não irá ocorrer uma concertação de estratégias de luta. Por isso, é que existem escolas que estão a aplicar o regime transitório, em que os profs entregaram os objectivos individuais e serão requeridas as avaliações do coordenador. Esta disparidade de acções- em que umas suspendem e outras executam- enfraquece a luta da classe perante o ME. A vantagem deste é a sua unicidade enquanto que a vantagem dos profissionais é o seu número (que no entanto, concomitantemente, se pode revelar como o seu ponto fraco).
Que em muitas escolas existe uma paz podre, não há dúvidas: a relação entre os membros alterou-se, tornando-se calculista, racional, sem qualquer afectividade, contrariamente ao que aconteceu até 2007. As relações são meramente profissionais, em que se coloca muito prudência no que se diz e tudo o que se afirma é sempre de uma forma politicamente correcta; criou-se um ambiente mecanizado, estéril e anódino.
Uma greve tem de provocar prejuízo e todas as acções até hoje evitaram essa faceta; por isso muitos profs, compreensivelmente, não simpatizam com greves às aulas. O tabu de evitar o prejuízo tem de ser derrubado se a classe quer efectivamente pressionar dolorosamente o ME.
Se no fim do ano lectivo se verificar a desmobilização, a partir desse momento a classe docente vai ser sujeita a todas as arbitrariedades de qualquer governo, ficando em condições laborais insuportáveis.

Sem comentários: