22/04/08

Desabafo

Segundo um último censo, 70% da classe docente é feminina. Sendo politicamente incorrecto, na verdade parte desta população escolhia esta profissão como uma forma de ter um trabalho remunerado, já que em termos económicos eram abastadas. Particularmente, conheço uma docente cujo cônjuge é profissional liberal, com rendimentos elevados, e portanto, evidencia bem os sinais exteriores de riqueza. Ironicamente, sempre se revelou uma socialista(!), de língua afiada e critica mordaz em governos sociais-democratas, que destilava vilipêndios em relação a determinadas decisões que comparativamente com este governo, eram inócuas. Quando surgiu um governo rosa, o espírito crítico evaporou-se miraculosamente, passando a língua afiada a destilar apoio incondicional ao novo triunviriato ministerial. Uma das atoardas que estes ouvidos sofreram, foi na alteração do ECD, nomeadamente ao artº 102º, afirmando peremptoriamente “que os professores eram uns parasitas e abusavam dos dias de férias durante o ano”. Isto dito por uma pessoa que apresentava atestado médico para ir passar férias pagas pelo emprego do marido para fora do país, que colocava a família em primeiro lugar para justificar a ausência a reuniões tardias ou nunca participar em actividades extracurriculares.
Também um pormenor importante, era a repulsa várias vezes verbalizada em relação a outra colega de grupo, que quando assumiu um cargo de gestão e a militância activa no PS, passou a confidente...
Obviamente que para este tipo de docentes, não lhes aquece ou arrefece as alterações remuneratórias, porque o salário docente basicamente serve para pagar as pulseiras. E assim, com o poder económico e as influências estabelecidas, este tipo de gente é aquele que pertence aos tais milhares que não mexeram uma palha até aos dias de hoje. Este tipo de pessoas revela bem o carácter de uma franja da população, que manobra consoante os interesses pessoais.
Ironicamente, é a luta dos íntegros que muda as aberrações atentatórias dos direitos sociais, mas que, num regime democrático, estas ‘barbies’ também usufruem sem correrem qualquer risco...

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