05/04/08

A infiltração chinesa

O que tinha vaticinado há uns meses aconteceu: vão aumentar o horário semanal de trabalho até 50 horas!
Obviamente que o sector privado também vai levar no lombo, porque o código do trabalho de certeza que vai incluir essa alteração. O que é extraordinariamente irónico, é que esta mudança é introduzida por pessoas que advogam o socialismo, o modelo politico que sempre defendeu a implementação das 35 horas/semanais, e da introdução de leis que impedissem a exploração laboral. Outra ironia, é o apoio de sindicatos afectos à área socialista e de esquerda que assinam este acordo, numa asquerosa promiscuidade entre politica partidária e sindicalismo.

Definitivamente, o obituário do socialismo e da esquerda está assumido, e o coveiro foi o próprio socialismo, num suicidio que colocou todos à mercê do capitalismo neoliberal; qual será a motivação psicológica dos dirigentes que implementam sistemas dos quais conhecem as profundas desigualdades e injustiças que acarretam? Como podem argumentar que são os sitemas que promovem sociedades harmoniosas, pacificas e felizes? Porque está a ocorrer um retrocesso civilazacional, com a implementação de normas que existiam na época da revolução industrial?

O que é garantido é que, com pezinhos de lã, lá vão introduzindo o modelo chinês…

Governo garante 35 horas semanais como duração média do trabalho durante um ano para os contratos no Estado
05.04.2008, Sérgio Aníbal - PÚBLICO

A proposta para o novo regime de contrato de trabalho em funções públicas começa a ser discutida com os sindicatos nas próximas semanas

O secretário de Estado da Administração Pública garantiu ontem que o Governo pretende manter as 35 horas semanais como o tempo médio, durante um ano, que um funcionário público terá de trabalhar. "A duração média do trabalho, durante um período de 12 meses, deve manter-se nas 35 horas por semana", disse João Figueiredo aos jornalistas num dos intervalos da ronda de negociações que teve ontem com os sindicatos da função pública. Em causa está a proposta de Lei para o Regime de Contrato de Trabalho em Funções Públicas que o executivo vai apresentar durante os próximos dias aos sindicatos. Uma primeira versão conhecida, que o Diário Económico noticiou na sua edição de ontem, aponta para uma série de alterações na legislação laboral aplicada aos funcionários públicos em regime de contrato que a aproxime das regras aplicadas no sector privado.

Uma das áreas é a da duração do trabalho. Passaria a ser possível, de acordo com esta versão da proposta do Governo, que, em resultado de um processo de negociação colectiva, trabalhadores e Estado acordassem para determinados sectores e carreiras a possibilidade de se alargar em três horas por dia e até às 50 horas semanais o horário de trabalho dos funcionários públicos com vínculo de contrato. Este volume de trabalho seria compensado noutros períodos do ano com menos horas de trabalho semanal, mas a média, em 12 meses, poderia chegar até às 42 horas.

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