25/04/08

Subscrevo integralmente

Não resisto a colocar estas opiniões publicadas no PÚBLICO, porque estão em consonância total com o que também opino há vários anos.
"(...) O que me preocupa é o que não se fez ou foi mal feito ou podia ter sido mais bem aproveitado. Nomeadamente as verbas que vieram da Comunidade Europeia: alguém alguma vez se preocupou a sério em apurar quanto dinheiro chegou cá e o destino que lhe foi dado? Tivemos o ciclo da Índia, o ciclo da África e agora repetimos a mesma cena com a Europa."
Alfredo Assunção, que neste mesmo dia há 34 anos estava no Terreiro do Paço e no Carmo ao lado de Salgueiro Maia a derrubar o regime, assina por baixo a advertência de Rocha Vieira. "Se não estivéssemos na Europa, se calhar o desânimo era capaz de ser demonstrado de uma maneira mais violenta. Vivemos tempos complicados: as pessoas começam a sentir que a sua liberdade começa a ser coarctada. E tudo se passa com um Governo que aparentemente estaria com o 25 de Abril. Chegamos a uma situação destas num Governo de esquerda", lamentou-se ao PÚBLICO, num contacto telefónico.

[Vasco Lourenço]Do seu ponto de vista e não apenas em Portugal, "o actual regime democrático parece esgotado", com os detentores do poder a fugirem para a frente, sem se aperceberem de que, cada vez mais, vão ajudando a degradar a situação, o que lhe lembra "os velhos senhores de Roma, que não viam o fim do Império a aproximar-se, de forma acelerada, e continuavam em festas e orgias".

Alfredo Assunção defende a urgência dos movimentos de cidadania "obrigarem os partidos a transformarem-se, a defenderem os interesses das pessoas e a cumprirem os seus programas". Pessoalmente, "defenderia uma mudança da lei eleitoral no sentido de um cidadão comum, através de associações, chegar ao Parlamento". Esta é, para ele, hoje "a grande luta".

Vasco Lourenço defende que os partidos políticos voltem "à essência da sua criação", pois "não podem continuar a ser agências de empregos, coberturas e agentes de luta do poder pelo poder, causadores e encobridores de corrupção, enfim, maus agentes da democracia".

(…)Há aí qualquer coisa que faz com que um governo de esquerda chegue lá [ao poder] e faça exactamente o que fazia um governo de direita. (Alfredo Assunção)

(…) Na linha do que pensa Garcia Leandro, adverte, contudo, que podem vir a registar-se "convulsões sociais" no país, "se a situação económica não se resolver, se a perda do poder de compra se prolongar, se o desemprego, especialmente o desemprego qualificado, se agravar".

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